SINAIT acompanha audiência pública sobre "a crise financeira e o desemprego"


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
08/04/2009



A Comissão Especial da Crise Financeira realizou na tarde desta terça-feira 7, audiência pública conjunta com a Comissão de Serviços e Empregos, que teve como convidado o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, Márcio Pochman, para falar sobre a crise financeira.  A presidente do SINAIT, Rosa Jorge, acompanhou a audiência.


De acordo com Pochmann, o PIB de 2009 será menor que o de 2008, mas destacou que o Ipea não acredita em recessão neste ano. O corte de crédito, segundo ele, afeta a economia do Brasil, uma vez que 1/5 dos investimentos brasileiros dependem de recursos externos.

Para o economista, há um movimento de recuperação dos créditos perdidos com a atuação dos bancos públicos, mas advertiu que não será suficiente para compensar a falta do capital externo. Ele também disse que a situação das multinacionais merece uma melhor análise porque já há um movimento de remessa de recursos para as matrizes.


Pochmann disse que, segundo levantamento do Ipea, o Brasil vai crescer de 1,5 a 2,5% em 2009, e que, nesse patamar, "não há como gerar emprego para quem chega agora ao mercado de trabalho". Por isso, segundo o presidente, a perspectiva é de que haja desemprego principalmente em relação ao jovem, que não é atingido por sistemas de proteção, como o seguro desemprego. Ao apontar alguns caminhos para combater o desemprego que deve ocorrer neste ano, Márcio Pochmann reclamou do uso abusivo de horas extras. "Se diminuírem as horas extras, abre-se espaço para a geração de empregos".


O economista também defendeu a saída do mercado de trabalho de crianças e aposentados. Pochmann destacou que 7 milhões de aposentados ainda trabalham.


A adoção de um padrão de financiamento em bases sólidas, aliada à construção de um padrão de consumo sem agredir o meio ambiente e a retomada da governança são três pontos estruturais indicados por Pochmann, para combater a crise econômico-financeira mundial. “A crise é sistêmica e precisa de um conjunto articulado de ações”, avalia.


“As medidas apresentadas pelo presidente do Ipea significam saídas para minimizar os efeitos da crise sem que haja necessidade de alterações nos direitos dos trabalhadores. Nós Auditores Fiscais do Trabalho não concordamos com a flexibilização de direitos para minimizar a crise, principalmente, porque essa não é a saída e servirá apenas para precarizar ainda mais os direitos do trabalhador brasileiro”, destaca Rosa Jorge.


 

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