Crise Econômica: Governo e Sindicatos se mobilizam pela preservação de empregos


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
21/01/2009



A crise financeira tem movimentado governo e sindicalistas a buscarem alternativas que supere o desemprego e favoreçam o crescimento da economia.


A partir de 1º de fevereiro o salário mínimo poderá ter um reajuste de 5,7% ficando em R$ 465,00. A promessa foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos sindicalistas representados por seis centrais sindicais - CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, CGTB e CTB.


Manifestações feitas pelos metalúrgicos ocorreram na terça-feira 20 nas portas e nos pátios das maiores fábricas de automóveis, no ABC Paulista. Uma agenda de combate ao desemprego e à crise também foi apresentada à categoria, durante as manifestações, pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e será entregue hoje – 21 ao presidente Lula.


Metalúrgicos e sindicalistas também vão denunciar que a proposta de reduzir jornada de trabalho com corte de salário é ineficaz, perversa, recessiva e desagregadora, porque aprofundará ainda mais a crise. O documento propõe que sejam estabelecidas metas de produção e de emprego para 2009, precedidas de debates setoriais entres trabalhadores, empresários e governos sobre as medidas necessárias para atingir essas metas.


Para o SINAIT, a redução da jornada de trabalho é importante para aumentar o número de empregos, mas é preciso ter muita cautela para que os trabalhadores não saiam prejudicados. Este também é o momento de reforçar e valorizar a Auditoria Fiscal do Trabalho, responsável pela fiscalização e cumprimento das leis trabalhistas. É bom que fique claro que os AFTS estão apostos para combater qualquer tipo de excesso que por ventura venha surgir.


Veja abaixo as matérias relacionadas à crise veiculadas em sites, agências de notícias e jornais de circulação nacional.


 


Agência DIAP 


Seg, 19 de Janeiro de 2009


Lula promete em reunião com centrais mínimo de R$ 465 em fevereiro        


Depois de quase três horas de reunião com representantes de seis centrais sindicais - CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, CGTB e CTB - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu para os sindicalistas manter o reajuste do salário mínimo em 5,7% , que passaria a valer R$ 465 a partir de 1º de fevereiro. Segundo os sindicalistas, o presidente também decidiu convidar para uma reunião a ser realizada nesta quarta-feira (21) donos de bancos privados e representantes dos bancos públicos.


De acordo com os líderes sindicais, Lula vai pedir aos banqueiros a redução do ‘spread' bancário (diferença entre o percentual que o banco paga ao cliente investidor e o que o cliente paga pelo empréstimo) e ainda tentar discutir alternativas para a redução dos juros cobrados nos empréstimos.


Os líderes sindicais defenderam junto ao presidente a redução imediata da taxa básica de juros em até 2,5%. No entanto, Lula evitou emitir opinião sobre o assunto que será decidido na próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, que terá início amanhã (20), com previsão de término nesta quarta-feira (21).


"Quarta-feira será o primeiro teste do governo. Se a redução for acima de 1% estamos satisfeitos", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. "Lula disse que essa [a questão do spread] é uma das questões mais importantes para se discutir nesse momento, porque o problema do Brasil é crédito e o dinheiro, do jeito que está caro, não pode ser mantido", disse Paulinho da Força.


Os sindicalistas reclamaram com o presidente que o spread do Banco do Brasil é o mais alto do sistema financeiro nacional. Na última semana de dezembro, por exemplo, o spread praticado pelo banco público foi de 25,9%. Houve bancos privados que mantiveram essa diferença em 15%. "Mostramos esse quadro ao presidente e ele se mostrou indignado", destacou Antônio Neto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.


De acordo com os sindicalistas, Lula se mostrou surpreso com os números do desemprego no país registrados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e divulgados hoje, pelo Ministério do Trabalho.


O Caged registrou o fechamento de 654 mil postos de trabalho, mais que o dobro da média normalmente registrada para o mês de dezembro, de 300 mil demissões. "O presidente Lula não esperava um número tão alto. Ele se mostrou muito assustado", disse José Gabriel dos Santos, diretor da área industrial da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).


O presidente Lula, de acordo com os líderes sindicais, disse que deve anunciar nos próximos dias um novo pacote de medidas de isenção fiscal para o setor de construção civil, um dos que mais emprega no país.


Os detalhes desse pacote não foram revelados pelo presidente durante a reunião, mas de acordo com José Gabriel dos Santos, Lula considerou o setor estratégico para conter a onda de demissões devido a crise financeira internacional. O Governo já sinalizou que até o final do mês vai anunciar mais medidas para conter os impactos da crise.


Dentre as reivindicações apresentadas pelos sindicalistas está a de que o governo exija um compromisso manutenção dos empregos por parte das empresas que recebem financiamento público e benefícios fiscais. "O ministro Mantega fez esmola com o chapéu dos outros. Deu a desoneração fiscal para as montadoras e no outro dia elas começaram a demitir", disse Paulinho da Força.


Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Artur Henrique dos Santos, o presidente Lula se mostrou favorável a que os bancos públicos ofereçam melhores condições nos empréstimos para os empresários que se comprometam em não demitir. É uma proposta que não pune quem demitiu, mas dá vantagens para quem não demitir", afirmou. (Com Agência Brasil


 


20-01-2009 Agência Brasil


Metalúrgicos fazem ato em defesa do emprego e contra crise
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Os metalúrgicos da região do ABC, em São Paulo, fazem hoje (20) manifestação em defesa do emprego e pela superação da crise econômica, sem demissões nem corte de salário. O ato será realizado ao lado da Mercedes-Benz, na avenida 31 de Março, bairro Paulicéia, em São Bernardo do Campo, com a presença do prefeito Luiz Marinho e do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, e de outros dirigentes sindicais da região.


Haverá também manifestações no pátio da Volkswagen e na portaria da Scania. Nas três manifestações, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vai apresentar à categoria uma agenda de combate ao desemprego e à crise, além de denunciar que a proposta de reduzir jornada de trabalho com corte de salário é ineficaz, perversa, recessiva e desagregadora, porque aprofundará ainda mais a crise.


A agenda pró-emprego apresentada hoje será levada pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,  Sérgio Nobre, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, amanhã (21), às 10h, durante audiência no Palácio do Planalto. O documento propõe que sejam estabelecidas metas de produção e de emprego para 2009, precedidas de debates setoriais entres trabalhadores, empresários e governos sobre as medidas necessárias para atingir essas metas.


 


Agência DIAP 


Sex, 16 de Janeiro de 2009


Centrais reafirmam unidade e lançam Pacto da Ação Sindical       


As centrais anunciaram um Pacto da Ação Sindical para enfrentar os efeitos da crise econômica - sobretudo a risco de desemprego em massa. O documento contém nove propostas e foi aprovado nesta quinta-feira (15), em reunião na sede nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), em São Paulo.


Reunião na CTB contou com 35 lideranças sindicais. Em outra demonstração de unidade, a Força Sindical atendeu à solicitação das centrais e suspendeu, por dez dias, as negociações com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Diferentemente do que noticiou a maioria dos jornalistas presentes à reunião, apenas Força e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) haviam iniciado conversas do gênero com o empresariado.


O Pacto da Ação Sindical será encaminhado agora aos governos federal e estaduais, em audiências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e os governadores. O documento foi discutido por 35 lideranças de cinco centrais - CTB, Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores) e CGTB. A CUT não enviou representantes, mas garantiu sua assinatura no pacto, segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.


As ações


Além de defenderem, mais uma vez, a redução da jornada de trabalho, as centrais cobram mais compromissos dos governos. Exigem, por exemplo, que empresas e setores econômicos beneficiados com recursos públicos apresentem contrapartidas sociais, como a garantia de emprego. Só nesta semana, a General Motors (GM) - uma das montadoras mais contempladas com incentivos do governo - demitiu 744 trabalhadores de sua fábrica em São José dos Campos.


As centrais também irão às ruas para exigir uma redução de no mínimo dois pontos percentuais da taxa básica dos juros (Selic), que atualmente está em 13,75%. Na próxima quarta-feira (21) - data em que o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a nova taxa -, os trabalhadores farão protestos em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, em São Paulo.


"Para evitar as conseqüências da crise, temos de combater suas causas, como os juros. Se a taxa Selic cair apenas 0,75 ponto percentual - como estão falando -, isso vai influenciar muito pouco", afirmou ao Vermelho o presidente da CTB, Wagner Gomes, que mediou a reunião. "O governo precisa acenar mais para a sociedade."


O Pacto da Ação Sindical ainda inclui, entre outras propostas, o fim das horas extras, a eliminação do banco de horas e a ampliação do número de parcelas do seguro-desemprego. "O principal saldo da reunião foi a grande unidade das centrais em torno dessas medidas", agregou Wagner. "As centrais já estavam unidas e firmes na 5ª Marcha da Classe Trabalhadora, em 3 de dezembro, quando a crise ainda era a tal ‘marolinha'. Agora, com as 600 mil demissões do último mês, as centrais precisam caminhar ainda mais juntas". (Fonte: Vermelho)


 


Leia abaixo a íntegra do Pacto da Ação Sindical


São Paulo, 15 de Janeiro de 2009


Reunidas em São Paulo-SP, após ampla discussão as centrais sindicais (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil - CGTB, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, Força Sindical - FS, Nova Central Sindical de Trabalhadores - NCST e União Geral dos Trabalhadores - UGT), decidiram reafirmar a importância da unidade dos trabalhadores e enfrentar o impacto da crise financeira mundial que está afetando drasticamente o emprego e o crescimento da economia brasileira, adotando o Pacto da Ação Sindical consiste na defesa das seguintes propostas:


1) Exigência de contrapartidas sociais, especialmente a garantia dos empregos, de todas as empresas/setores econômicos, beneficiados com recursos públicos (empréstimo, isenção fiscal, etc.);


2) Fim das horas extras;


3) Eliminação do banco de horas;


4) Redução imediata, de pelo menos dois pontos percentuais da taxa básica de juros (Selic);


5) Redução substancial do "spread" bancário dos bancos públicos e privados;


6) Ampliação das parcelas do seguro desemprego;


7) Ampliação dos aportes financeiros do fundo de amparo ao trabalhador, destinados à qualificação da mão de obra;


8) Autorização para que o trabalhador possa utilizar até 20% (vinte por cento) da sua conta do FGTS no Fundo de Infraestrutura (FI-FGTS); e


9) Manifestação nesta quarta-feira 21, em frente ao Banco Central, em São Paulo, pela redução da taxa de juros.


As centrais decidiram levar em audiências ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado do Trabalho e Emprego e Governadores Estaduais, as propostas do Pacto da Ação Sindical, a fim de adotarem medidas governamentais, imediatas e firmes, pela manutenção dos empregos.


Agência DIAP 


Seg, 19 de Janeiro de 2009


Contra a crise, CUT propõe redução de juros e de impostos       


Uma redução ousada da taxa básica de juros (Selic) e um corte coordenado de impostos são duas das propostas de combate à crise financeira que representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) levaram nesta segunda-feira (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião que aconteceu hoje à tarde em Brasília. A informação foi dada pelo presidente nacional da central sindical, Artur Henrique, em entrevista coletiva em São Paulo.


"Vamos levar a discussão histórica que a CUT vem desenvolvendo sobre a redução da taxa de juros", disse Artur, além de debater com a executiva da central os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira. "A cada ponto percentual de queda na taxa, você tem R$ 15 bilhões a mais disponíveis para desenvolver a produção no País".


Artur afirmou, entretanto, que só a redução dos juros não basta. A CUT vai propor medidas para a queda dos juros cobrados pelos bancos e para uma melhor distribuição do crédito já disponível no mercado.


A central pedirá também uma desoneração fiscal coordenada entre governos federal, estaduais e municipais dos setores mais afetados pela crise. "O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) corresponde a 26% ou a 27% de toda a arrecadação de impostos no país e é um imposto estadual." De acordo com a proposta da CUT, empresas beneficiadas com as medidas teriam que garantir a manutenção dos empregos de seus funcionários.


A central vai propor ainda uma suspensão temporária do superávit primário; mais investimentos do Banco do Brasil no mercado de veículos usados; manutenção de investimentos de outras empresas estatais, como Petrobras e Eletrobrás; e a garantia de aumento real do salário mínimo, como havia sido acordado com as centrais.


"Nossas propostas estão focadas na manutenção de emprego e geração de renda", afirmou Artur. "Quarenta milhões de brasileiros dependem do salário mínimo. Uma elevação injeta recursos na economia e possibilita a continuidade do consumo". (Fonte: agências)

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