Na mídia – Folha destaca que Papa Francisco pede boicote a bens produzidos a partir do trabalho escravo


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
11/12/2014



Notícia publicada no jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira, 10 de dezembro, replicada da Agência de Notícias Reuters, dá conta de que o Papa Francisco pede uma mobilização geral para combater o tráfico humano e a escravidão no mundo. Seria uma conscientização individual para não comprar bens que podem ter sido produzidos a partir do trabalho escravo. Um bom indício da exploração de trabalhadores são os preços finais extremamente baixos dos produtos ofertados. 


A Igreja Católica alertou sobre o tráfico de pessoas e o trabalho escravo este ano, em sua Campanha da Fraternidade. Há poucos dias, o Papa e outros líderes religiosos também assinaram um acordo para acabar com a escravidão no mundo (veja matéria).  


Preços baixos, entretanto, não são o único sinal de que na cadeira produtiva existe trabalho escravo. No mercado da moda, por exemplo, grifes famosas cujas peças podem ser muito caras, já foram associadas ao trabalho escravo. No Brasil os Auditores-Fiscais do Trabalho já resgataram centenas de trabalhadores, especialmente bolivianos, que recebiam apenas centavos pela costura de peças que seriam vendidas a preços bem salgados nas lojas. 


De forma geral, infelizmente, ainda é difícil a identificação da cadeira produtiva por parte do consumidor final. Um dos poucos dispositivos que podem ajudar o consumidor a se orientar, de forma gratuita, é o aplicativo Moda Livre, lançado pela Repórter Brasil. Basta procurar por Moda Livre no Play Store e baixar para o smartphone


Leia, a seguir, a matéria publicada na Folha de São Paulo. 


10-12-2014 – Folha de São Paulo


Papa pede boicote a bens produzidos por trabalhadores forçados 


DA REUTERS 


O papa Francisco pediu uma mobilização global para combater o tráfico humano e a escravidão nesta quarta-feira (10), apelando aos consumidores para que boicotem bens que possam ter sido produzidos por trabalhadores explorados. 


Em mensagem para o Dia Mundial da Paz da Igreja Católica, em 1º de janeiro, o papa denunciou a "indiferença generalizada" que permite que tais práticas persistam. 


"Estamos diante de um fenômeno global que ultrapassa a competência de qualquer comunidade ou país em particular. Para eliminá-lo, precisamos de uma mobilização comparável em tamanho à do próprio fenômeno", disse Francisco na mensagem, enviada a chefes de Estado e de governo, instituições internacionais e líderes religiosos. 


O pontífice argentino fez da defesa dos imigrantes e dos trabalhadores um tema central de seu papado. Ele criticou o sistema econômico mundial por não conseguir dividir a riqueza e escolheu a pequena ilha de Lampedusa, no sul da Itália, que muitos imigrantes morreram tentando alcançar, como cenário de sua primeira viagem como papa.


Embora tenha pedido a governos e instituições que façam mais para deter o tráfico humano e a escravidão moderna, desta vez Francisco enfatizou a responsabilidade social individual. 


"Toda pessoa deveria ter consciência de que comprar é sempre um ato moral, e não simplesmente econômico", afirmou no texto de seis páginas, intitulado "Não mais escravos, mas irmãos e irmãs". 


Ele pediu às pessoas e às comunidades que se sintam desafiadas quando forem tentadas a "selecionar itens que podem muito bem ter sido produzidos pela exploração de outros". 


Escravidão


O segundo índice global de escravidão lançado no mês passado pela Fundação Walk Free, um grupo de direitos humanos sediado na Austrália, estimou que quase 36 milhões de pessoas vivem como escravas, são traficadas e levadas a bordéis, são forçadas a realizar trabalho manual, são vítimas de agiotagem ou nascem escravas. 


Grupos de ativistas como o slaveryfootprint.org vêm incentivando os consumidores a evitar produtos baratos que podem ser fruto de trabalho forçado ou outras formas de exploração. 


Em sua mensagem, Francisco denunciou "o flagelo crescente da exploração do homem pelo homem" e disse que os governos devem agir mais para combater os grupos do crime organizado responsáveis pelo tráfico humano. 


Na semana passada, o líder dos católicos se juntou a líderes muçulmanos, judeus, hindus, budistas e cristãos na promessa de usar suas religiões para ajudar a erradicar a escravidão moderna e o tráfico humano até 2020.

Categorias


Versão para impressão




Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.