Apple é acusada de patrocinar trabalho escravo em fábricas chinesas


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
06/01/2015



A Apple é acusada de patrocinar trabalho escravo em fábricas chinesas. A denúncia foi divulgada numa reportagem da BBC na China por dois jornalistas da emissora, que se infiltraram como trabalhadores nas linhas de montagens dos iPads e iPhones.


A reportagem da BBC na China descreveu a forma cruel como os empregados da Apple são obrigados a trabalhar nas linhas de montagem dos iPads e iPhones. Segundo os jornalistas, os “colaboradores” das fábricas chegam a trabalhar 16 a 18 horas sem uma única pausa, muito menos para se alimentarem ou fazer suas necessidades fisiológicas.


Nota da Foxconn, uma das produtoras chinesas de celulares - Em relação à referida acusação, a Apple informou em nota publicada no site da BBC dizendo que: “Acreditamos que nenhuma outra companhia faz tanto quanto a Apple para garantir a seus colaboradores condições de trabalho justas e seguras”.


No entanto, as denúncias contra empresas chinesas que submetem seus operários a situação degradante de trabalho são recorrentes. Em 2010, na empresa chinesa Foxconn, parceira na produção dos iPhones, dois trabalhadores se suicidaram em virtude da forte pressão que recebiam para cumprir metas da empresa.


Após esse episódio, a Apple resolveu dividir a sua linha de produção em duas fabricantes, sendo elas: Foxconn e Pegatron. A denúncia dos dois jornalistas da BBC sobre trabalho escravo foi constatada na fábrica Pegatron. Apesar das alegações de mudanças em sua linha de produção pela Apple, as fábricas chinesas continuam sendo acusadas pela maneira de como tratam os seus empregados.


Episódio que pode ocasionar semelhanças no Brasil. Afinal, a “Lista Suja” atualizada e publicada semestralmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE foi suspensa, no dia 23 de dezembro, por liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal – STF, ministro Ricardo Lewandowski.


A presidente do Sinait, Rosa Maria Campos Jorge, avalia que a suspensão da publicação da “Lista Suja” é absurda e sem precedentes. “É um ataque das empreiteiras contra os interesses brasileiros que prejudica diretamente os trabalhadores e a Auditoria-Fiscal do Trabalho”. Para Rosa Jorge, “a suspensão favorece os empreiteiros que compactuam com irregularidades trabalhistas, além de demonstrar claramente que defendem interesses espúrios, que não defendem interesses públicos. O Sinait e as demais instituições envolvidas no combate ao trabalho escravo vão se reunir e juntas adotar medidas urgentes para buscar reverter essa decisão danosa para o trabalhador e para a sociedade brasileira”.


 

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