Por Nilza Murari
Um dia depois do protesto realizado pelo SINAIT na porta do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1, o desembargador Néviton Guedes incluiu os recursos do mandante e dos intermediários da Chacina de Unaí na pauta de julgamento do dia 11 de fevereiro.
O mandante Norberto Mânica e os intermediários Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro já foram condenados por júri popular em 2015, pela Justiça Federal em Belo Horizonte (MG). A sentença foi confirmada em segunda instância, porém, as penas foram reduzidas, em 19 de novembro de 2018. Na mesma data, o julgamento de Antério Mânica, também acusado de ser mandante do crime e condenado a 100 anos de prisão, foi anulado. Seu irmão Norberto assumiu, em cartório, ser o único mandante da Chacina.
Estes são os terceiros embargos apresentados pela defesa do mandante e dos intermediários. Segundo informação da advogada Anamaria Prates, que acompanha o caso pelo SINAIT, nos julgamentos anteriores, a 4ª Turma manteve o Acórdão da sentença. “Acredito que não haverá mudança dos acórdãos proferidos anteriormente”, diz ela. O objetivo é protelar o cumprimento da sentença de reclusão em regime fechado.
Rosa Jorge, vice-presidente do SINAIT, não tem dúvidas de que a manifestação realizada nesta terça-feira, 28 de janeiro, quando o crime completou 16 anos, teve forte influência na decisão do desembargador de pautar o julgamento dos recursos. “Sempre tivemos consciência de que é a pressão que faz as coisas caminharem. Por isso nunca desistimos de nos manifestar, de cobrar e insistir em fazer Justiça. Depois de muitos anos afirmando que acreditamos na Justiça, este ano, após tantas reviravoltas e retrocessos nesse caso, dizemos que a ‘justiça que tarda, falha!’. Já se passou muito tempo e não podemos aceitar isso”.
O SINAIT estará presente ao julgamento, acompanhando toda a tramitação do processo, como sempre, ao longo desses 16 anos.
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