Seminário do Fonasefe debate ações unificadas em busca de frear os ataques contra os servidores


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
13/08/2020



Por Andrea Bochi


Edição: Nilza Murari


Teve início nesta quarta-feira, 12 de agosto, o Seminário Nacional Virtual “O governo Bolsonaro, suas políticas e as consequências para a democracia brasileira”, realizado pelo Fórum Nacional dos Servidores Federais – Fonasefe e com transmissão ao vivo pelo Facebook do Sinasefe e da CSP-Conlutas. O SINAIT participa representado pelos seus diretores Marco Aurélio Gonsalves e Benvindo Soares.


O evento, que está sendo transmitido ao vivo, segue até a próxima sexta-feira, 14 de agosto, quando será realizada uma plenária final para apresentação dos resultados dos debates com a pauta de reivindicações e os indicativos de luta. Os painéis de abertura abordaram "A situação do Brasil, os desafios para os sindicatos e para a classe trabalhadora" e "A política de desmonte do estado, as tarefas dos servidores públicos e dos sindicatos".


Na primeira tarde de debates participaram onze representantes de entidades, cujas manifestações foram unânimes ao lamentarem as mais de 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil em razão da falta de medidas sanitárias adotadas pelo governo para combater a pandemia.


Os debatedores abordaram os ataques do governo ao Estado Democrático de Direito, suas consequências para a democracia e a população brasileira, avaliaram a política da conjuntura atual e seus impactos para os serviços e servidores públicos, bem como para as organizações sindicais.


Para Pedro Armengol, há muito tempo não está nada muito bem. Além da crise econômica, crise política e crise social, o País vive uma crise sanitária, institucional e ambiental. “A pandemia veio só para aflorar um sistema público de saúde que já era doente. O atual governo está capitalizando em cima de algo que foi resultado de pressão de setores progressistas, que é a medida emergencial”. Acrescentou que o adiamento do envio da proposta de reforma administrativa é “jogo de cena”. “Temos categoria envelhecida e precisamos repensar nossa organização, unificação pra enfrentar os grandes desafios que nos são impostas. Servidores públicos podemos nos organizar em um dia nacional de luta”.


A deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS) lamentou a falta de medidas sanitárias para conter a disseminação do novo coronavírus, diante, segundo ela, de uma das piores pandemias de que se tem notícia. A deputada ressaltou que já são mais de nove milhões de trabalhadores desempregados e citou o aumento da carga de trabalho dos entregadores de aplicativos com a redução dos salários. Para ela, é uma forma de burlar as leis, porque não é uma atividade reconhecida e sem vínculo. “Muitas pequenas e microempresas falindo Brasil afora diante de um governo que resolveu salvar bancos e liberou R$1,2 trilhões em março. Nosso desafio é enorme, mas, temos uma contradição, que é a mobilização em tempos de pandemia. Apesar de no momento ser fundamental o movimento de massas para derrotar a extrema direita”.


Na opinião do Toninho da Fasubra, os servidores não estão no momento de olharem somente para suas pautas específicas, mas de unificarem pautas comuns. Para ele, o desafio colocado vai muito além de poder debater, mas é preciso garantir espaço de debate. “Precisamos organizar os servidores e realizar uma campanha que unifique e organize”, clamou.


Maria Lúcia Fatorelli, representante da Auditoria Cidadã da Dívida Pública, apresentou gráfico comparativo para mostrar que os gastos com pessoal e encargos representam menos de um terço dos gastos com a dívida pública. “Os banqueiros ganharam com os mecanismos que originou a crise e agora lucram com as medidas para salvar o país da crise”, revelou.


Também se manifestaram representantes da CSP-Conlutas, Frente Povo sem Medo, Frente Brasil popular, Sindireceita, Fenajufe, Dieese, Fasubra, Fenasps e Condsef.


Construção de propostas


Na manhã desta quinta-feira, 13 de agosto, das 8h30 às 12h, os participantes foram divididos em grupos, sete salas ao todo, para discutirem a pauta de reivindicação, organização sindical e plano de lutas. Foram colhidas sugestões dos participantes com o objetivo de elaborar um documento final traçando as diretrizes, com base nas questões  e sugestões  colocadas.


Muitas proposições foram listadas, entre elas,  a justiça aos servidores, calendário de reivindicações, trabalho parlamentar, campanhas institucionais e reação contra as reformas administrativas. Os coordenadores dos grupos irão levar as proposições para a elaboração de um documento, ao final do debate. Os participantes retornam nesta sexta-feira, 14 de agosto, a partir das 14h30, para finalizar o documento unificado das ações.


Também, na sexta-feira, 14 de agosto, último dia do evento virtual, será realizado um ato simbólico e serão apresentados os resultados dos debates com a pauta de reivindicações. ​

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