Operador de escavadeira de empresa terceirizada foi vítima de soterramento em decorrência da ruptura de um talude que estava sendo reparado
Por Lourdes Marinho, com informações da SRT/MG
Edição: Nilza Murari
Os Auditores-Fiscais do Trabalho Marcos Botelho e Daniel Rabelo, da Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais – SRT/MG, iniciaram no sábado, 19 de dezembro, a análise do acidente fatal que vitimou o operador de máquinas da Construtora Vale Verde, Júlio César de Oliveira Cordeiro. O acidente ocorreu na sexta-feira, 18, na Mina do Córrego do Feijão, pertencente à Vale S.A, em Brumadinho/MG.
A mina ficou conhecida mundialmente pelo rompimento da barragem, em janeiro de 2019. Desta vez, o acidente foi provocado pela ruptura de um talude na cava de extração de minério de ferro, que o trabalhador consertava. O operador de máquinas e a escavadeira ficaram soterrados com a ruptura no talude.
De acordo com Marcos Botelho e Daniel Rabelo, a primeira ruptura no talude ocorreu ainda no período chuvoso de 2019, durante a limpeza de material rochoso e solo que estavam sobre a berma, abaixo do talude. Foi uma ruptura parcial da cava de extração de minério de ferro.
“Ainda é cedo para apontar os fatores que contribuíram para o acidente fatal, mas já se sabe que ocorreram falhas na gestão e na comunicação entre equipes da Vale”, explicam os Auditores-Fiscais.
Os militares do Corpo de Bombeiros que ainda estão no local trabalhando no rastreamento de onze corpos que estão desaparecidos desde o rompimento da barragem, foram até o local para fazer o resgate do trabalhador, mas ele já havia morrido.
Conforme os Auditores-Fiscais, a última inspeção realizada pelo Setor de Geotecnia da Vale S.A. na mina em que ocorreu o acidente foi iniciada em 11 de novembro de 2020 e concluída em 19 de novembro de 2020. As atividades no local só foram retomadas em 12 de dezembro passado, mas sem uma vistoria por parte da equipe de Geotecnia.
No dia 21 de dezembro, os Auditores-Fiscais notificaram a Vale S.A. e a Construtora Vale Verde a apresentarem no dia 24 de dezembro os documentos que serão analisados pela equipe de fiscalização.
“A Vale está analisando a situação para a retirada da máquina soterrada, pois ainda existe a possibilidade de escorregamento de mais material”, finalizaram os Auditores-Fiscais.