Trabalho escravo na indústria da carne é o tema da 8ª edição do Monitor, boletim da Repórter Brasil

Dados do Governo Federal sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra mostram que mais de metade dos casos de trabalho escravo flagrados no Brasil entre 1995 e 2020 ocorreram no setor da pecuária

Com informações da Repórter Brasil.

Edição: Nilza Murari

“Trabalho escravo na indústria da carne” é o tema da 8ª edição – janeiro de 2021 – do boletim Monitor, produzido e publicado pela Repórter Brasil. A publicação aborda a relação entre a produção pecuária brasileira e o trabalho escravo contemporâneo, crime previsto no Código Penal e em acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Na primeira parte do boletim, é apresentado um histórico da ligação entre pecuária e trabalho análogo ao escravo no Brasil. Além disso, são descritas as leis e normativas que regem o combate ao crime no País, bem como as políticas corporativas desenvolvidas por empresas relevantes do setor visando restringir a exploração dos trabalhadores em suas cadeias de fornecimento.

A seguir, mais de uma dúzia de estudos de caso são apresentados. Eles trazem exemplos recentes mostrando como, depois de mais de dez anos de políticas corporativas sendo anunciadas para enfrentar o problema, ainda é possível encontrar diversos elos que ligam grandes empresas do setor a fazendeiros que utilizam mão de obra escrava. Neles também é possível ver a atuação da Auditoria-Fiscal do Trabalho, cujas fotos foram usadas pela Repórter Brasil na publicação.

O boletim informa ainda que, historicamente, a maior parte dos casos de trabalho escravo ocorre na região rural, e a pecuária é o setor onde o problema está mais concentrado. “De acordo com dados do Governo Federal sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra, mais de metade dos casos de trabalho escravo flagrados no Brasil entre 1995 e 2020 aconteceram no setor da pecuária. Foram 1950 casos, que representam 51% do total. A pecuária também é o setor de onde mais trabalhadores foram resgatados. Foram 31% dos libertados, somando um total de 17.253 resgatados”, revela a publicação.

Acesse aqui a edição nº 8 do Monitor.