Depois de um ano, a pandemia não retrocedeu. Pelo contrário, vivemos uma segunda onda ainda mais avassaladora. A única solução eficaz é a vacina, mesmo assim, sem abandonar todos os cuidados que já estão sendo tomados. Distanciamento, máscaras e higienização são medidas que vão acompanhar os brasileiros por muito tempo ainda
A pandemia da Covid-19 está em seu pior momento e com perspectivas muito negativas para as próximas semanas, segundo médicos e cientistas. Neste 16 de março completa-se um ano de distanciamento social, de trabalho em home office. Um ano desde que a população brasileira e os trabalhadores tiveram seu cotidiano totalmente modificado em razão do alto poder de contágio do novo coronavírus, da falta de informação inicial de como lidar com a pandemia e com o perigo da doença, e da falta de tratamento efetivo e eficaz, capaz de curar os doentes.
Neste um ano os brasileiros foram obrigados a desenvolver novos hábitos para sobreviver. Os cientistas de todo o mundo, incluindo os brasileiros – do Butantan, da Fiocruz, portanto, servidores públicos –, trabalharam incansavelmente e conseguiram produzir em tempo recorde as vacinas que hoje queremos que cheguem para todos. Somente a imunização em massa será capaz de mudar o cenário de perda de milhares de vidas todos os dias.
Nos setores público e privado, onde foi possível, até hoje, os trabalhadores estão deslocados para o home office, o teletrabalho. Uma solução para a menor circulação de pessoas, para evitar que muitas pessoas ocupem pequenos espaços de trabalho sem condições de manter o distanciamento mínimo, para reduzir o risco de levar a doença para os que ficam em casa. Por outro lado, o trabalho em casa trouxe problemas de ergonomia, falta de limites de horário ocasionando acúmulo de tarefas, doenças osteomusculares e transtornos emocionais.
O fechamento ou lockdown – uma das muitas palavras que passaram a fazer parte do vocabulário quotidiano dos brasileiros – de estados e cidades é medida controversa, nem sempre observada com seriedade por todos. Governantes de estados e municípios adotaram medidas de acordo com a realidade de cada lugar, abrindo e fechando o comércio e atividades não essenciais, de tempos em tempos.
Infelizmente, essa realidade levou a uma segunda onda da pandemia da Covid-19 ainda mais avassaladora que a primeira. O Brasil é hoje considerado o país que pior lidou com a pandemia no mundo. Estamos à beira de 300 mil mortos, milhões de infectados e um sistema de saúde colapsado, sem condições de atender a todos que a ele recorrem. O terrível e desolador cenário de Manaus (AM) pode se repetir em todo o País.
Não há, a esta altura, quem não tenha perdido um parente, um amigo. Sem chance de despedida, sem receber o apoio de amigos e familiares. Também não há quem não tenha visto pessoas passando por necessidades, sem um amparo efetivo do Estado. O auxílio emergencial aprovado na semana passada, na PEC Emergencial, não oferece segurança para as famílias necessitadas. Sem vacinação em massa e com o aumento da pobreza, será mais difícil a recuperação econômica.
Por tudo isso, e por muitos outros aspectos aqui não abordados, o SINAIT defende que as Superintendências e Gerências Regionais do Trabalho não sejam reabertas ao atendimento ao público. Tanto quanto seja possível, é necessário manter Auditores-Fiscais do Trabalho, servidores administrativos e usuários dos serviços em segurança. Na atividade de Fiscalização do Trabalho, que as ações presenciais sejam realizadas apenas onde e quando for indispensável.
A Auditoria-Fiscal do Trabalho está entre as atividades essenciais no enfrentamento à pandemia da Covid-19 e tem cumprido exemplarmente o seu papel. No combate ao trabalho escravo e ao trabalho infantil, na proteção à vida dos trabalhadores, no combate à precarização do trabalho – caso dos trabalhadores por aplicativos, cujas condições de trabalho são aviltantes. Muitas vezes é necessária a ação presencial, para comprovar a situação que expõe o trabalhador ao perigo. Os Auditores-Fiscais querem continuar a fazer isso, mas com segurança! Uma segurança que não tem sido garantida a contento.
Está crescendo o número de Auditores-Fiscais e familiares contaminados pelo novo coronavírus. Um colega em atividade morreu em consequência desta terrível doença. Muitos aposentados morreram. As novas variantes do vírus têm maior potencial de contaminação e o sistema de saúde, seja público ou particular, não está dando conta de absorver toda a demanda de pacientes graves. Então, é preciso proteger a todos de forma eficaz. Isso só se faz pela vacinação.
É esta a defesa do SINAIT: que todos os Auditores-Fiscais do Trabalho, os servidores públicos e todos os brasileiros sejam imunizados por meio da vacina, para que todos voltem às suas atividades em segurança.
E até que a maior parte da população esteja imunizada, será preciso manter os cuidados de distanciamento, uso de máscaras e de higienização das mãos, uso de álcool gel, deixar os sapatos do lado de fora, entre outros hábitos que passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros. Uns cuidando dos outros, com a certeza de que essa grave crise sanitária será superada.
Diretoria Executiva Nacional do SINAIT