Patrícia Galvêas é mais uma Auditora-Fiscal do Trabalho vítima da Covid-19


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
28/04/2021



O SINAIT e a Delegacia Sindical do Espírito Santo – DS/ES comunicam, com pesar, a morte da Auditora-Fiscal do Trabalho Patrícia Mendes Galvêas, 49 anos, ocorrida na noite desta terça-feira, 27 de abril. Ela estava internada havia 30 dias e foi mais uma vítima da Covid-19.


Patrícia deixa quatro filhos: Itaré (28 anos), Paulo Henrique (25 anos), Maria Luísa (22 anos) e Pedro Afonso (17 anos).


Por conta das normas sanitárias impostas pela pandemia não haverá velório. Seu corpo será sepultado às 16h, desta quarta-feira, 28 de abril, no Cemitério Parque, em Cachoeiro de Itapemirim (ES). 


Ela era do concurso de 1994. Quando tomou posse tinha 23 anos, sendo a mais nova a assumir o cargo de Auditora-Fiscal do Trabalho no Estado do Espírito Santo. Estava lotada na Gerência de Cachoeiro de Itapemirim (ES).


O SINAIT e a DS/ES solidarizam-se com os colegas, amigos e familiares de Patrícia neste momento de dor.


Vítimas da falta de segurança


Patrícia está entre os diversos casos de óbitos de Auditores-Fiscais do Trabalho infectados pela Covid-19. Era jovem e tinha muito o que viver rodeada de seus familiares.


Claudio, Orzina, Vera Lúcia, Ana Lúcia....são alguns dos 16 Auditores-Fiscais que foram contaminados e morreram de janeiro para cá. São famílias destruídas, colegas de trabalho afetados psicologicamente, vidas perdidas.


O SINAIT, mais uma vez, vem alertar para a falta de equipamentos de proteção, álcool em gel, máscaras para os servidores e, principalmente, a manutenção da fiscalização indireta. Por meio da atuação da Fiscalização do Trabalho, várias empresas foram orientadas a respeito das normas trabalhistas, dos protocolos estabelecidos pelas autoridades competentes, visando à proteção do trabalhador.


Os números que chegam ainda não demonstram a verdadeira realidade das contaminações entre integrantes da carreira. O SINAIT tem conhecimento de cerca de 60 Auditores-Fiscais contaminados em apenas seis estados da Federação, apenas entre aqueles que estão em fiscalização direta.


A contaminação pode se dar nos deslocamentos ou durante as fiscalizações, não é possível precisar. Entretanto, as peculiaridades dos locais fiscalizados como hospitais, lixões, canteiros de obras, confirmam os riscos a que os Auditores-Fiscais do Trabalho estão expostos.


O SINAIT reitera que as medidas de segurança foram solicitadas desde o início da pandemia, prevendo o que poderia acontecer. Agora, há vários casos concretos e é fundamental que a situação seja repensada e medidas de proteção sejam urgentemente tomadas.


Embora em muitos lugares haja um ar de normalidade, temos que lembrar que a pandemia não acabou, aliás se intensificou. O vírus continua circulando e as novas cepas são mais agressivas, tem muita gente doente e não a vacinação caminha lentamente. O melhor método é ainda a prevenção. E isso se faz com equipamentos seguros.


Combate ao trabalho escravo, trabalho infantil, casos que representam grave e iminente risco à vida e integridade do trabalhador precisam da atuação da Fiscalização do Trabalho, mas os Auditores-Fiscais também precisam de segurança e proteção.

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