Por Dâmares Vaz
Edição: Andrea Bochi
O presidente do SINAIT, Bob Machado, conversou nesta quinta-feira, 24 de junho, com o deputado Mauro Nazif (PSB/RO), obtendo do parlamentar apoio à luta contra a Reforma Administrativa contida na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020. Nazif compõe a comissão especial que analisa o mérito da proposta e afirmou que a matéria representa o desmanche e extinção do serviço público, o que terá impacto negativo maior sobre a população mais carente, que depende de serviços como saúde, educação e assistência social.
Para o deputado, é esse aspecto da PEC que tem que ser mostrado à sociedade, ainda mais em cenário de pandemia, que explicitou a importância do sistema público de saúde, por exemplo. “Essa matéria não deveria estar em discussão. No meu estado, Rondônia, em 2000 o governador fez uma reforma que causou a demissão de quase 30% do corpo de servidores, e as consequências foram muito ruins.”
Como estratégia para ampliar o debate sobre a PEC, um grupo de deputados articulou e conseguiu que a comissão especial aprovasse um requerimento de realização de audiências públicas nos estados (REQ 19/2021). Apresentada por Rogério Correia (PT/MG), a solicitação foi ampliada por diversos parlamentares que incluíram seus respectivos estados. O deputado Mauro Nazif acrescentou a realização de um seminário em Rondônia. Também estão previstos eventos no Acre, Amapá, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.
O presidente do SINAIT cumprimentou o deputado pela iniciativa e se colocou à disposição para participar dos debates. “Essas audiências nos estados formam a estratégia excelente de levar a discussão para a população, alertando-a sobre os impactos da reforma. São essas pessoas que vão sofrer mais com o desmonte do serviço público, mas também são elas que elegem deputados federais e senadores, fator que pode dificultar o avanço da PEC, ainda mais em véspera de ano eleitoral”, pontuou o dirigente do Sindicato.
No fim da reunião, o deputado afirmou ser preciso reforçar o diálogo e pressão sobre os parlamentares nas bases. “No meu estado, por exemplo, quase metade da bancada está inclinada a rejeitar a matéria. É preciso conversar com os outros, com boas chances de convencê-los a votar contra a PEC. Lembro também que, na Comissão de Constituição e Justiça, o governo obteve a aprovação do texto com placar muito apertado. Isso me anima para a luta.”