Por Solange Nunes, com informações da SRT/RS
Os Auditores-Fiscais da Superintendência Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul (SRT/RS) realizaram inspeção fiscal na sexta-feira, 9 de julho, nas dependências de uma mineradora de brita, onde ocorreu uma explosão que matou três pessoas e deixou outras feridas, em que morreram dois militares e um trabalhador civil. O acidente ocorreu, na quinta-feira, 8 de julho, durante a destruição dos artefatos explosivos nas dependências de uma pedreira, localizada na Linha Três de Maio-Britola, interior do município em Guaporé, região da Serra Gaúcha.
De acordo com a equipe de Auditores-Fiscais do Trabalho, a ocorrência envolveu sete militares e um trabalhador civil. Em função de uma das vítimas, ser civil, a equipe de fiscalização do trabalho, por competência legal da SRT/RS, foi acionada para ajudar na apuração do acidente.
A equipe de fiscalização, na ocasião, realizou entrevista, analisou documentos e fez a inspeção no local. Além disso, apresentou notificação à empresa e aguarda mais informações sobre o caso.
Esclarecimento
De acordo com informações apuradas pela fiscalização do trabalho, a pedreira onde ocorreu a detonação não tem nenhum envolvimento com o material apreendido, sendo que o espaço foi utilizado pelo Exército Brasileiro para a operação apenas pela localização.
Sobre o caso
O acidente ocorreu durante destruição de artefatos explosivos, apreendidos durante a “Operação Explosive” da polícia militar. A equipe era do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 3ª Região Militar que atuava em apoio à Polícia Civil. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado visando esclarecer o ocorrido.
Mais da operação
A ação fazia parte de uma operação liderada pelo Departamento de Investigação Criminal (Deic) da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Meio Ambiente (Dema), com apoio do Exército Brasileiro. A Deic apurou que uma empresa armazenava irregularmente artefatos detonantes.
Ao longo de seis meses de investigação, os agentes da Dema identificaram que uma empresa atuante no ramo de terraplanagem, adquiria artefatos explosivos em quantidade maior do que a necessária para a obra.
Os explosivos comprados em excesso eram armazenados e utilizados mais tarde em outros projetos de forma irregular, o que reduzia custos com frete e escolta, além de não prestar informações sobre as novas explosões como prevê a lei.
Os policiais civis averiguaram ainda que a quantidade sobressalente de artefatos explosivos era armazenada de forma irregular em diferentes locais ligados à empresa.
Na região de Guaporé, foram apreendidos 531 quilos de emulsão encartuchada, 200 quilos de emulsão encartuchada, 338 metros de cordel detonante, 305 espoletas, 11 unidades de conjunto estopim e espoleta, 187 metros de estopim, 336 metros de acionador pirotécnico conhecido como brinel e 40 unidades de retardo.
Houve o cumprimento de nove mandados judiciais de busca e apreensão em Guaporé. Duas prisões foram efetuadas.