*Com informações da PRF.
Sessenta e três trabalhadores foram resgatados de condições análogas às de escravo em lavouras de café no Sul de Minas Gerais. Eles foram achados em três fazendas nos municípios de Ilicínea e de Boa Esperança. A operação foi realizada pelo Grupo Móvel de 13 a 20 de julho. Além de Auditores, participaram Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do Trabalho.
Os trabalhadores foram aliciados no interior da Bahia e arcaram com as passagens de ônibus e despesas com alimentação na viagem até Minas. Chegando nas fazendas, ficaram na informalidade, sem registro em carteira de trabalho, e foram submetidos a jornadas exaustivas e condições degradantes. Além disso, não recebiam o salário regularmente.
Nas fazendas, os trabalhadores ficaram em alojamentos precários, sem garantias sanitárias. Nas frentes de trabalho, os empregados não recebiam equipamentos de proteção individual, não havia local adequado para a tomada de refeições e não havia banheiros, obrigando os trabalhadores a fazerem suas necessidades físicas no mato. Não havia materiais para primeiros socorros e o fornecimento de água potável estava comprometido.
A ação fiscal foi motivada por denúncia anônima. A equipe fiscalizou três fazendas, chegando a sofrer resistência de um dos donos dos estabelecimentos.
Os empregadores quitaram as verbas rescisórias devidas aos trabalhadores, que chegaram a R$ 396.805,12. Os trabalhadores receberam as guias do Seguro-Desemprego e tiveram garantido o retorno aos locais de origem, na Bahia. O Ministério Público do Trabalho firmou Termo de Ajustamento de Conduta com os donos dos estabelecimentos, e eles deverão pagar dano moral coletivo.