Investigação começou em março deste ano, a partir do resgate de 24 maranhenses, em carvoarias no município de Delta (MG), por Auditores-Fiscais do Trabalho do Grupo Móvel de Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais
Por Lourdes Marinho, com informações da PF
A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira, 16 de setembro, uma operação de combate ao tráfico de pessoas e ao trabalho escravo no interior de São Paulo e de Minas Gerais. São cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Igarapava (SP) e Sacramento (MG).
A investigação começou em março deste ano, a partir do resgate de 24 maranhenses em carvoarias no município de Delta (MG), por Auditores-Fiscais do Trabalho do Grupo Móvel de Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais. “Conforme apurado, as vítimas foram enganadas pelos investigados e outras pessoas ainda não identificadas quanto às condições de trabalho, moradia e salário, dessa forma convencidas a saírem de suas casas no interior do Maranhão para irem trabalhar em local a quase 2.500 quilômetros de distância”, diz a PF.
Além das condições indignas do alojamento, no local de trabalho não havia banheiro, o fornecimento de água era racionado, alguns trabalhadores apenas faziam uma refeição por dia por falta de dinheiro, entre outros fatos que conjuntamente configuram a submissão das vítimas a condições de trabalho análogas a de escravo diante da jornada exaustiva, ambiente de trabalho e moradia degradantes, assim como restrição de locomoção em razão de dívidas contraídas com os suspeitos tanto no momento da contratação, como no curso do contrato de trabalho.
Os suspeitos poderão responder por crimes como tráfico de pessoas (art. 149-A do Código Penal) e redução a condição análoga a de escravo (art. 149 do Código Penal). As penas podem chegar a 16 anos de reclusão.