Mais de 100 mil trabalhadores serão beneficiados com ampliação do seguro-desemprego


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
25/03/2009



A ampliação do seguro-desemprego do número máximo de cinco para até sete parcelas para os demitidos dos setores mais atingidos pela crise econômica foi anunciada nesta terça-feira 24 pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.  A Indústria de Transformação, mais prejudicada pela crise, é a base da lista de beneficiados.


Estudo divulgado, na segunda-feira 23, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que o impacto da crise financeira sobre o emprego no Brasil foi diferenciado nos setores. Ao todo, 42 subsetores da economia, em 16 estados, foram incluídos na lista de ampliação do benefício. O gasto estimado com a medida é de cerca de R$ 126 milhões.


Em entrevista coletiva, na manhã de terça-feira 24, Carlos Lupi informou os setores e regiões que terão direito a ampliação de parcelas do seguro-desemprego a exemplo de São Paulo com 44.312 e Minas Gerais com 41.412 somando 85.724 trabalhadores beneficiados,  ou seja, 82,6% do total. Fazem parte da lista ainda os estados do Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás.


Os trabalhadores demitidos em dezembro, dentro dos subsetores e estados selecionados, terão mais duas parcelas do seguro. Quem tinha direito a três meses de seguro-desemprego, receberá cinco. Quem receberia cinco, contará com sete. Caso o trabalhador já esteja novamente empregado, a ampliação será suspensa.


O SINAIT lembra que a Fiscalização do Trabalho contribui para a formação das estatísticas do CAGED, que nesta situação foi utilizado pelo Dieese como base para sua pesquisa. São os AFTS que formalizam os vínculos trabalhistas diretamente nas ações fiscais. O sindicato também entende que os prejuízos causados pela crise têm que ser divididos entre patrões e governos para que suas conseqüências não recaíam somente sobre os trabalhadores.


Medidas que estimulem o consumo e mantenham a indústria e o comércio em atividade, sem aumento de demissões de trabalhadores são urgentes.


Mais informações nas matérias abaixo do MTE e DIAP


 


24-03-2009 Ministério do Trabalho e Emprego - MTE


Lupi divulga ampliação do seguro-desemprego a 103,7 mil trabalhadores 


Ministro do Trabalho e Emprego apresentou hoje os subsetores e os estados que tiveram demissão acima da média em dezembro de 2008 e que terão direito a duas parcelas a mais do benefício


Brasília, 24/03/2009 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, anunciou nesta terça-feira (24) que 103,7 mil trabalhadores demitidos em dezembro de 2008 terão direito a receber duas parcelas extras do seguro-desemprego. Ao todo, 42 subsetores da economia, em 16 estados, foram incluídos na lista de ampliação do benefício. O gasto estimado com a medida é de cerca de R$ 126 milhões. O critério adotado pelo Ministério do Trabalho foi a comparação da média, entre 2003 e 2009, da evolução do emprego formal celetista de cada subsetor de atividade, com base no movimento dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro últimos.


"Os que tiveram saldo negativo 30% superior a esta média, entrou no benefício. Portanto, quem foi demitido em dezembro dentro dos subsetores e estados selecionados terão mais duas parcelas. Quem tinha direito a três meses de seguro-desemprego, receberá cinco. Quem receberia cinco, contará com sete. Caso o trabalhador já esteja novamente empregado, a ampliação será suspensa. O Brasil é o primeiro país a dar sinais de que saiu da crise. Fevereiro já foi um mês de saldo positivo na geração de empregos e, portanto, este benefício fica restrito ao mês de maior impacto, que fora dezembro", destacou Carlos Lupi, referindo-se ao saldo de 650 mil vagas perdidas no último mês de 2008.


Em São Paulo (44.312) e Minas Gerais (41.412) estão 85.724 trabalhadores beneficiados, 82,6% do total. Fazem parte da lista ainda os estados do Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás.


Como setor mais atingido pela crise, o da Indústria de Transformação é a base da lista de beneficiados. Em São Paulo os subsetores mais beneficiados são os ligados à indústria automotiva, entre eles o de metalurgia, mecânica, material elétrico e borracha. Também serão beneficiadas as indústrias têxtil e de fumo, couros e química.


No Nordeste, os beneficiados são ligados aos subsetores calçadista, mecânico, gráfico, e de extração mineral. No Sul há beneficiados em metalurgia, material elétrico e de comunicações, material de transporte, comércio atacadista e produtos farmacêuticos, veterinários e de perfumaria.


O ministro explicou que a ampliação começa a valer em abril, logo após a proxima reunião do Codefat, que vai deliberar sobre o estudo.


Codefat - O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou no dia 5 de fevereiro deste ano a Resolução nº 592, proposta do Ministério do Trabalho e Emprego, que lista os critérios para identificação dos subsetores de atividade econômica, por unidades federativas, mais atingidos pelo desemprego.


 


UNIDADE DA FEDERAÇÃO/SUBSETORES DE ATIVIDADE ECONÔMICA Dez/08


Amazonas


Indústria metalúrgica 263


Indústria mecânica 804


Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 97


Ind. da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas 88


Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico 284


Transportes e comunicações 863


Amapá


Transportes e comunicações 79


Agricultura, silvicultura, criaçao de animais, extrativismo vegetal... 32


Maranhão


Transportes e comunicações 337


Ceará


Indústria mecânica 79


Paraíba


Indústria de calçados 489


Pernambuco


Ind. da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas 68


Sergipe


 Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 69


Bahia


Extrativa mineral 222


Minas Gerais


Extrativa mineral 1.274


Indústria metalúrgica 4.061


Indústria mecânica 1.524


Indústria do material elétrico e de comunicações 925


Indústria do material de transporte 2.045


Ind. da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas 1.067


Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria... 2.311


Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos 4.201


Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico 11.069


Com. e administraçao de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico... 12.935


Espírito Santo


Comércio varejista 4.108


Rio de Janeiro


Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 485


São Paulo


Indústria metalúrgica 8.263


Indústria mecânica 8.473


Indústria do material de transporte 7.420


Ind. da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas 4.735


Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria,  ... 7.126


Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos 8.295


Paraná


Indústria do material de transporte 1.634


Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 548


Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria,  ... 1.145


Santa Catarina


Indústria metalúrgica 854


Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria,  ... 1.008


Comércio atacadista 1.293


Rio Grande do Sul


Indústria do material elétrico e de comunicações 414


Indústria do material de transporte 817


Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria,  ... 1.522


Goiás


Indústria do material de transporte 381


 


 Total 103.707


 


 


24-03-2009 Agência DIAP 


Impacto das demissões foi diferenciado, aponta Dieese       


 


O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, divulga hoje quais são os setores e regiões beneficiados com a ampliação de duas parcelas do seguro desemprego, medida já aprovada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat)


Estudo divulgado, nesta segunda-feira (23), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que o impacto da crise financeira sobre o emprego no Brasil foi diferenciado nos setores.


No total, houve uma queda de 2,3% no emprego formal de dezembro de 2008 a fevereiro deste ano - perda de 750 mil vagas. Há casos, no entanto, em que a queda chegou a 8,6%, como na agropecuária, e outros em que já é possível ver recuperação, como serviços médicos e odontológicos, com alta de 0,8%.


A indústria de transformação sofreu queda de 5% nos empregos. Dentre os subgrupos da indústria, materiais de transportes teve o maior percentual de demissões, com redução de 7,6% dos empregos, seguido de calçados (7,4%), materiais elétricos e de comunicações (7,3%), alimentação e bebidas (6,7%) e metalúrgica e mecânica (5,4%).


"Estes três meses [dezembro, janeiro e fevereiro] são, tradicionalmente, meses de ajustes sazonais no nível de emprego. Geralmente, temos mais demissões que contratações. Mas, este ano, a crise agravou a situação", disse o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre.


Recuperação dos empregos


Alguns segmentos, apesar da queda no período, recuperaram o estoque de empregos que possuíam em dezembro, o que indica uma estagnação no quadro, entre eles, calçados, borracha, fumo e couros, construção civil e comércio.


Dentre os grupos com queda em dezembro e janeiro, alguns recuperaram em fevereiro o nível de novembro, entre eles, serviço industrial de utilidade pública, serviços de alojamento, alimentação, reposição e manutenção, e serviços médicos e odontológicos.


O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, divulga hoje quais são os setores e regiões beneficiados com a ampliação de duas parcelas do seguro desemprego, medida já aprovada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).


Pela proposta, os trabalhadores que perderam seus empregos e trabalhavam nos segmentos e áreas mais atingidas pela crise econômica, poderão receber até sete pagamentos mensais.


O cálculo do Governo será diferente do Dieese. O Ministério do Trabalho comparou, no Caged, as demissões dos últimos três meses (dezembro, janeiro e fevereiro) com o mesmo período iniciado em dezembro de 2007. Após descontar fatores sazonais, definiu quem tem direito e quais as regiões beneficiadas. (Com Valor e Agência Brasil)


 

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