Sindicato acusa JBS de trabalho escravo no Mato Grosso do Sul


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
19/07/2023



Caso já está no radar da Fiscalização do Trabalho


Por Lourdes Marinho, com informações da SRT/MS e do Jornal Opção
Edição: Andrea Bochi       


O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Aves de Sidrolândia (Sindaves) acusa a marca JBS, a Seara, de sujeitar empregados terceirizados e indígenas a condições análogas à escravidão. Alega que 15 trabalhadores indígenas foram encontrados em situação degradante na cidade de Sidrolândia (MS).


De acordo com o Sindaves, as empresas estabelecem jornadas de trabalho em que os empregados chegam a trabalhar até 14 horas por dia, sem receber adicionais por insalubridade em atividades de risco, além de não fornecerem equipamentos de proteção individual (EPI).


Também denuncia condições precárias em granjas, onde cerca de 30% dos aviários não possuem vestiários, refeitórios adequados ou espaços para troca de roupa de forma privativa. Que os trabalhadores são obrigados a comer no chão, sem acesso a meios para aquecer a comida.


A JBS e as empresas terceirizadas não fornecem refeições, água ou utensílios de cozinha e higiene pessoal aos trabalhadores que realizam o processo de recolhimento de aves, conhecido como “pega do frango”, onde são coletadas cerca de 200 mil aves diariamente, carregadas em caixas de 24 quilos e transportadas para os frigoríficos.


O Auditor-Fiscal do Trabalho Antônio Parron, da Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul, informa que a fiscalização dessa situação já está em fase de investigação.


“Os trabalhadores executam suas atividades nos aviários, realizando a coleta de aves, cada dia em um local diferente. Nós estivemos no frigorífico e os notificamos para apresentar o mapa de coleta do mês de junho. Porém, nesse período, não realizamos diligências nessa atividade. Agora, estamos notificando-os novamente para apresentar o novo mapa de coleta para fazermos a fiscalização nesses locais”, declarou.


Danos morais e existenciais


O sindicato moveu uma ação civil pública na Vara do Trabalho Itinerante em Sidrolândia, buscando indenização para mais de cem trabalhadores e ex-funcionários da Seara por danos morais e existenciais. De acordo com o sindicato, esses trabalhadores não recebem os devidos adicionais por insalubridade em atividades de risco, não possuem equipamentos de proteção individual adequados para realizar certas tarefas e são submetidos a condições precárias nas granjas.


Em resposta, a Seara divulgou uma nota afirmando que, assim que teve conhecimento do caso envolvendo os indígenas, exigiu que o fornecedor terceirizado cumprisse todas as regras trabalhistas, incluindo a questão dos alojamentos.

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