No Seminário Luso-Brasileiro, vice-presidente do SINAIT destaca importância da fiscalização em SST para sociedade e país

 Evento ocorreu em Recife nos dias 24 e 25 de julho, sob o tema geral “Os efeitos da era digital nas relações humanas”

 Por Dâmares Vaz

Edição: Andrea Bochi 

O vice-presidente do SINAIT, Carlos Silva, participou no dia 25 de julho do Seminário Luso-Brasileiro, em Recife. Na aula que fechou o evento, Silva abordou o tema “As piores formas de prestação de trabalho: que presente e que futuro?”, destacando vários aspectos técnicos e práticos da Segurança e Saúde do Trabalho (SST). E com base em indicadores macroeconômicos e dados acidentários, tanto da Inspeção do Trabalho quanto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), evidenciou as vantagens econômicas e sociais da promoção de segurança e saúde ocupacionais. 

A partir de estudo do Fórum Econômico Mundial, Carlos Silva apontou que existe uma correlação positiva entre condições de trabalho saudáveis, investimentos em medidas preventivas e na segurança e saúde no trabalho e a prosperidade e competitividade de uma região. 

Sob esse aspecto, registrou o vice-presidente, o Brasil está no grupo mais afetado nos últimos anos por incapacidade causada por acidentes e adoecimentos do trabalho, o que pressiona os custos previdenciários. “Essa tendência deve aumentar com o envelhecimento da população e em razão de opções dos governos que negligenciam os investimentos em segurança e saúde do trabalho para atender interesses imediatistas que poderiam ser contemplados com outras políticas que não o instrumento específico para SST”, afirmou o dirigente sindical.

Sobre o trabalho de fiscalização de condições de SST e de prevenção de acidentes e adoecimentos, o vice-presidente do SINAIT ressaltou a importância das Normas Regulamentadoras (NRs). “O atual acervo é abrangente para abarcar os diferentes aspectos do multifacetado mundo do trabalho e forma um conjunto inter-relacionado, em que cada NR tem o seu papel na preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores”, registrou.

Também pontuou existir uma correlação entre a melhoria das medidas preventivas adotadas pelos países e a redução na mortalidade e na morbidade da população. Essa situação traduz-se em custos proporcionalmente inferiores com acidentes e doenças do trabalho em relação ao PIB de um país. “A nível social, o investimento em medidas preventivas é, por conseguinte, economicamente rentável para os países e contribui para aumentar a prosperidade”, reforçou.

Para Silva, um ambiente de trabalho saudável e seguro, além de ser desejável do ponto de vista dos trabalhadores, contribui significativamente para a produtividade do trabalho e promove o crescimento econômico. “A SST aumenta a competitividade e a produtividade das empresas, reduzindo os custos resultantes de acidentes de trabalho e de problemas de saúde relacionados com o trabalho e aumentando a motivação dos trabalhadores. Além disso, uma diminuição dos acidentes e problemas de saúde ocupacionais atenua a pressão sobre os sistemas públicos e privados de proteção social, seguros e pensões”, afirmou.

Em relação ao futuro das formas de prestação de trabalho, o vice-presidente falou dos desafios trazidos por questões como o trabalho em plataformas digitais e a inteligência artificial.

Sob o tema geral “Os efeitos da era digital nas relações humanas”, o Seminário Luso-Brasileiro foi uma realização do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região e da Universidade Lusófona, por meio de cooperação técnica. Aberto ao público, ocorreu nos dias 24 e 25 de julho.