39º Enafit - Os Riscos Psicossociais no ambiente de trabalho foram tema de Talk Show


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
22/09/2023



Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que os transtornos mentais afetam a vida de 30% dos trabalhadores no mundo


Por Alamara Barros
Edição: Andrea Bochi


O 39º Enafit abriu a programação da tarde desta quinta-feira, 21, com um Talk Show que abordou o tema Segurança e Saúde no Trabalho e os Riscos Psicossociais dentro do ambiente de trabalho.


Na ocasião, o psicólogo e professor da Universidade Federal Fluminense, Bruno Chapadeiro, falou sobre dados alarmantes do impacto do trabalho na saúde mental do trabalhador e que identificar precocemente os fatores de riscos psicossociais, causas e consequências é primordial para a construção de um ambiente de trabalho saudável e construtivo.


“Nós temos que olhar o caráter coletivo e individual desse sofrimento mental, a partir de características que são oriundas do processo de trabalho, para averiguar os fatores dos riscos psicossociais. Estamos tentando elaborar protocolos de avaliação de saúde mental nas vigilâncias do trabalho, e, com isso, compreender os processos de trabalho, o que as pessoas fazem e a partir daí, entender como esses marcadores do trabalho têm atuado na saúde dos trabalhadores”, explicou.


Dados da Organização Mundial de Saúde


Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que os transtornos mentais afetam a vida de 30% dos trabalhadores no mundo. No Brasil eles são a terceira maior causa de solicitação de auxílio-doença no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).


No trabalho, os transtornos mentais são decorrentes de riscos psicossociais. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) define riscos psicossociais como sendo todos os fatores que englobam o ambiente de trabalho. Entre eles, o clima organizacional, a função, a relação interpessoal, o tipo e a forma como executam as tarefas, entre outros.


Além disso, engloba ainda alguns fatores externos como a personalidade, a família e até a vida social. Esses riscos podem elevar o nível de estresse, gerar doenças laborais, insatisfação e faltas.


O Auditor-Fiscal do Trabalho, Rodrigo Vaz, abordou o papel da Inspeção do Trabalho e identificou os fatores de riscos psicossociais no contexto do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.


“Precisamos discutir que procedimentos fiscais são necessários adotar, para que esses fatores sejam reconhecidos pela empresa e também quais os elementos que iremos evidenciar nessa autuação. É preciso saber quais são os subsídios e documentações necessárias para se comprovar que a empresa está negligenciando a identificação desses fatores de riscos psicossociais”, explicou.


A Auditora-Fiscal do Trabalho, Ana Luiza Horcades trouxe uma discussão sobre a hierarquia de medidas de controle aplicada para os fatores de riscos psicossociais. Segundo ela, na prática, a Auditoria Fiscal do Trabalho precisa fazer uma abordagem nas organizações, que realmente avalie como está sendo feito o enfrentamento aos fatores de riscos.


É preciso ficar claro que a organização tem a obrigação de enfrentar e avaliar esses fatores de riscos psicossociais, entender como estão impactando na saúde e na segurança dos trabalhadores e na sequência propor um tratamento. Esse tratamento, necessariamente, não deve agir diante do sintoma ou apenas após o adoecimento do indivíduo, mas preventivamente. A empresa como um todo deve promover um tratamento, já que o meio em que o trabalhador exerce suas atividades pode estar afetando a todos”, finalizou.

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