Para Conatrae, ataques ao Auditor do Trabalho Humberto Camasmie violam política nacional de combate ao trabalho escravo

Comissão classificou como “gravíssimos” os fatos ocorridos no desenrolar do resgate da trabalhadora doméstica Sônia Maria de Jesus


Por: Dâmares Vaz
Edição: Andrea Bochi
07/03/2024



A Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) classificou como gravíssimos o atentado perpetrado contra as prerrogativas funcionais do Auditor-Fiscal do Trabalho Humberto Camasmie e a revitimização da trabalhadora doméstica Sônia Maria de Jesus, resgatada pelo Estado de condição análoga à de escrava, mas que retornou à situação anterior com anuência da justiça. 

Camasmie coordenou a ação fiscal que resgatou Sônia no dia 6 de junho de 2023, em Florianópolis, na residência do desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina Jorge Luiz de Borba.

No entanto, depois da ação, o Auditor passou a ser alvo do que a Conatrae considera um “processo de perseguição, em clara tentativa de retaliação à operação fiscal”, com investigação criminal e administrativa.

A Comissão alerta que a sequência de fatos, como os ataques ao Auditor e a desproteção à Sônia, viola os princípios basilares da Política Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil e gera “uma situação que, se não for devida e rapidamente revertida, está criando um precedente gravíssimo, pois coloca em questão a efetividade e continuidade dessa Política Nacional”.

O colegiado se manifestou nesta quinta-feira, 7 de março, em documento assinado pelo SINAIT e por diversas instituições e entidades, como Organização Internacional do Trabalho (OIT); Defensoria Pública da União (DPU); Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), e Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho (ANPT).

Veja aqui a manifestação da Conatrae na íntegra.


Versão para impressão

Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.