Exposição de trabalhadoras gestantes à radiação, falhas na prevenção de incêndios e explosões, trabalhadores em atividade sem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) foram algumas das graves irregularidades trabalhistas constatadas por Auditores-Fiscais do Trabalho no Aeroporto de Fortaleza. A Inspeção do Trabalho realizou fiscalização no local nesta quinta-feira, 21 de março, como parte da Ação de Proteção ao Trabalhador.
As trabalhadoras grávidas foram afastadas da operação das máquinas de raio-x imediatamente, tendo em vista o risco que corriam – a radiação pode causar morte ou má formação do feto, óbito neonatal, entre outros danos. De acordo com a Norma Regulamentadora (NR) 32, a trabalhadora com gravidez confirmada deve ser afastada das atividades com radiações ionizantes e remanejada para atividade compatível com seu nível de formação.
Além disso, foi constatada a falta de mapa de área classificada no abastecimento de aeronaves, o que pode causar acidentes graves, como incêndios e explosões, caso não sejam utilizados equipamentos adequados. Essa falha na gestão da segurança pode colocar em risco não apenas os trabalhadores, mas também os passageiros e toda a estrutura do aeroporto.
No transporte de bagagens, os Auditores verificaram a falta de utilização adequada de EPIs, ausência de autorização clara para operadores de equipamentos de transporte e utilização de força muscular excessiva no transporte de bagagens para as aeronaves. Essas condições precárias de trabalho aumentam o risco de acidentes e lesões ocupacionais.
Os Auditores constataram ainda a inadequação do esquema da escala de trabalho, que era de 2 dias seguidos com jornadas de 12 horas, seguidos de 2 dias de folga. Embora tenha havido a alegação de que o esquema estava respaldado no acordo coletivo, os Auditores vão analisar a legalidade do arranjo.
A Inspeção do Trabalho identificou também riscos nas máquinas da oficina mecânica, que não tinham sistemas de acionamento e partida capazes de impedir o funcionamento automático dos equipamentos quando energizados, o que pode resultar em acidentes graves se não forem tomadas medidas corretivas.
Instalações sanitárias em condições inadequadas de conservação e higiene, assim como a ausência de local apropriado para as refeições dos trabalhadores, que eram obrigados a comer no chão, ausência de chuveiros para os trabalhadores que exercem atividades de esforço físico intenso, foram outros problemas encontrados.