Auditores-Fiscais do Trabalho da Bahia interditaram os armazéns 4 e 5 no cais do Porto de Salvador, nesta segunda-feira, 25 de março. Estes armazéns, utilizados pelos operadores portuários para armazenar cargas, apresentavam uma série de irregularidades graves. No momento da inspeção os armazéns estavam ocupados pelo operador portuário Multilog com uma carga de fardos de celulose, a ser posteriormente embarcada (carregada) em navio para exportação.
As pilhas de fardos de celulose, com altura de aproximadamente 6,5 metros, ocupavam quase todo o espaço interior dos armazéns, obstruindo portões e prejudicando a iluminação no local e a movimentação de máquinas e trabalhadores. A falta de sinalização horizontal e vertical, assim como a ausência de sistemas de segurança contra incêndios, colocavam em risco a vida dos que ali trabalhavam.
Outras deficiências foram apontadas, como ausência do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), falta de extintores em quantidade suficiente, ausência de sistema de alarme de incêndio em funcionamento, vias de passagem de emergência mal identificadas e portões trancados com cadeados, sem dispositivos de fácil abertura em caso de emergência. O local não possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), de responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia.
A equipe de Auditores-Fiscais do Trabalho também alertou para a inexistência de um sistema de hidrantes no cais do Porto de Salvador, que compromete severamente as medidas de combate a incêndios. Os pontos de água existente no local servem apenas para o fornecimento de água potável para os navios.
Inclusive, em abril de 2022, ocorreu incêndio no galpão da área portuária de Salvador, que queimou 30% do material de celulose armazenado no local.
Diante desses graves problemas de segurança, foram paralisadas as atividades nos armazéns 4 e 5 no cais do Porto de Salvador e a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) foi instada a adotar medidas urgentes para regularizar as condições verificadas, visando garantir a integridade física dos trabalhadores e a segurança das operações portuárias.