Rogério Alan, um dos condenados pela Chacina de Unaí, é preso em Sergipe

Ele cumpria pena em regime aberto desde novembro de 2018. Foi preso em Estância, no Sul de Sergipe, nesta terça-feira, 28 de maio, porque contra ele havia um mandado de prisão preventiva em aberto por crime de roubo, no ano de 2020, também em Minas Gerais.


Por: Lourdes Marinho
Edição: Andrea Bochi
29/05/2024



Rogério Alan Rocha Rios, 43 anos, condenado por matar três Auditores-Fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, durante uma fiscalização em Unaí (MG), em 2004, foi preso em Estância, no Sul de Sergipe, nesta terça-feira, 28 de maio. O caso ficou conhecido nacionalmente como 'Chacina de Unaí.

O homem foi condenado a 94 anos de prisão pela chacina e estava em regime aberto. Entretanto, contra ele também havia um mandado de prisão preventiva por crime de roubo, no ano de 2020, também em Minas Gerais.

A prisão foi realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), composta por agentes das polícias Federal, Civil, Militar, Penal, Rodoviária Federal e Secretaria Nacional de Políticas Penais.

O SINAIT entende que embora ele esteja em regime aberto no cumprimento da pena por ter assassinado os Auditores Fiscais do Trabalho e o Motorista, no episódio da Chacina de Unaí, está evidente que ele possui um forte potencial de causar outros sérios prejuízos à sociedade. “Ele reiteradamente demonstra o perigo que representa para a sociedade e, por isso, deve permanecer em regime fechado”, disse a diretora do SINAIT, Rosa Jorge.

Participação na chacina

Rogério Alan participou diretamente das execuções. Armado de um revólver calibre 38, deu vários tiros no Auditor-Fiscal do Trabalho Nelson José da Silva, o verdadeiro alvo dos mandantes do crime, conforme sua confissão. Encarregou-se ainda de roubar os celulares das vítimas, que depois foram atirados em um riacho. Depois do crime, fugiu para seu estado natal, a Bahia, onde responde a processos. Diz ter recebido R$ 6 mil para participar do crime. Em maio de 2011 teve seu processo desmembrado dos demais réus. Foi julgado no final de agosto de 2013 em Belo Horizonte e condenado a 94 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e pelos quatro homicídios triplamente qualificados.

Cumpre a pena em regime aberto desde em 21/11/2018 (Execução 0000657- 75.2018.8.25.0086).

Chacina de Unaí

A chacina ocorreu no dia 28 de janeiro de 2004, na zona rural de Unaí, na Região Noroeste de Minas Gerais, enquanto os servidores públicos faziam uma fiscalização. As vítimas foram: os Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira.

Os fazendeiros Antério e Norberto Mânica foram acusados de serem os mandantes dos assassinatos. A pena para eles chegou a mais de 50 anos de prisão por quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, mediante pagamento de recompensa em dinheiro e sem possibilidade de defesa das vítimas.

Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Rogério Alan Rocha, Erinaldo Silva e William Gomes de Miranda também foram condenados por participação nos assassinatos.

Saiba mais sobre a chacina ouvindo o podcast que conta a história em cinco episódios, ou acesse www.unai.sinait.org.br.

Categorias


Versão para impressão




Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.