40º ENAFIT: Em entrevista ao SINAIT, Fernando Akio Mariya fala sobre neurodiversidade e saúde mental no ambiente de trabalho, desafios e perspectivas


Por: Lourdes Marinho
Edição: Andrea Bochi
15/10/2024



A inclusão de pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho é um dos temas inéditos do 40º Encontro Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (ENAFIT), que ocorrerá em Maceió, Alagoas, entre os dias 17 e 20 de novembro. O assunto será abordado em uma mesa de debate, na tarde de segunda-feira, 18 de novembro, que contará com a participação de vários especialistas no tema. O médico Fernando Akio Mariya, especialista em Medicina do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), será um dos palestrantes. Confira a seguir os desafios e perspectivas sobre este assunto tão caro à sociedade e ao mundo do trabalho.


SINAIT: Quem são os neurodivergentes?

Akio: Neurodivergentes são indivíduos cujas variações neurológicas afetam suas habilidades cognitivas e comportamentais. Isso inclui pessoas com condições como autismo, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia, síndrome de Tourette, entre outras.

 

SINAIT: O que o senhor tem a dizer sobre este tema, que ainda é novo para o mundo do trabalho e para a sociedade? Quais são os maiores desafios que o senhor observa?

Akio: A inclusão de neurodivergentes no mundo do trabalho é um tema emergente e crucial. Os maiores desafios incluem a conscientização e compreensão sobre neurodiversidade, a necessidade de adaptações no ambiente de trabalho e a superação de preconceitos e estigmas que ainda permeiam a sociedade.

 

SINAIT: Existem setores ou tipos de trabalhos que são mais receptivos ou adequados para pessoas neurodivergentes?

Akio: Setores como tecnologia, arte, pesquisa científica e áreas que valorizam criatividade e pensamento analítico têm se mostrado mais receptivos. No entanto, com as adaptações corretas, neurodivergentes podem se destacar em qualquer setor.

 

SINAIT: O senhor acredita que a tecnologia pode ajudar na inclusão dos neurodivergentes no ambiente de trabalho?

Akio: Sim, a tecnologia pode ser uma grande aliada na inclusão. Ferramentas assistivas, softwares de comunicação, plataformas de trabalho remoto e aplicativos de organização pessoal são exemplos de como a tecnologia pode ajudar neurodivergentes a se adaptarem melhor ao ambiente de trabalho. Por exemplo: software de leitura e escrita que lê textos em voz alta para aqueles com dificuldades de leitura ou que permita ditar o texto em vez de digitar, aplicativos de organização e produtividade que ajudam a priorizar tarefas e gerenciamento do tempo, ferramentas de comunicação que ajudam pessoas com dificuldades de fala e com transcrição automática e legendas em tempo real. Softwares de suporte cognitivo que ajudam a visualizar e organizar pensamentos e idéias, aplicativos de acomodação sensorial que ajusta a cor das telas para reduzir a fadiga ocular e melhorar o sono ou com cancelamento de ruído, tecnologias de acessibilidade integradas com narrador, lupa, contraste alto e teclado na tela, e aplicativos de treinamento e desenvolvimento de habilidades cognitivas.


Outras participações

A “Mesa de debates inclusão de pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho” conta ainda com a participação da médica Dayse Isabel Coelho Paraíso Belém, especialista em Transtorno do Espectro Autista; da Procuradora do Trabalho da PRT da 18ª Região, Janilda Guimarães de Lima; do Diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho, o Auditor Fiscal do Trabalho, Rogério Silva Araújo, e de Rafael Faria Giguer, Auditor-Fiscal do Trabalho do Rio Grande do Sul, especialista em Acessibilidade e Direitos Humanos e em Auditoria Fiscal da Saúde e Segurança do Trabalhador. Rafael é também Coordenador Nacional de Inclusão de Pessoas com Deficiência e Beneficiários Reabilitados pela Previdência Social no Mercado de Trabalho, da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego. A mediação da mesa ficará com o médico e diretor do SINAIT, o Auditor-Fiscal do Trabalho, Francisco Luís Lima, do Piauí.

Mini-CV

Fernando Akio Mariya - Médico graduado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Escola Paulista de Medicina, pós-graduado em Medicina do Trabalho pela Universidade de São Paulo / USP e especialista pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho – ANAMT. Diretor Médico America Latina da P&G.

 

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