21 anos Chacina de Unaí - Resiliência, força, coragem e mais de duas décadas de luta marcam os discursos do ato em 2025

Justiça mais do que tardia lembra a prisão do Norberto Mânica no dia 15 de janeiro


Por: Solange Nunes
Edição: Andrea Bochi
28/01/2025



O ato dos 21 anos da Chacina de Unaí marca mais de duas décadas de luta do SINAIT, dos Auditores Fiscais do Trabalho e das famílias das vítimas por justiça. Período que culminou, no dia 15 de janeiro, com a prisão do mandante Norberto Mânica, encerrando um período de luto para a Inspeção do Trabalho e para o Estado brasileiro. Participaram desta mobilização, que contou com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, autoridades e representantes sindicais, nesta terça-feira, 28 de janeiro, em frente ao Ministério do Trabalho e Emprego, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

De acordo com o presidente do SINAIT, Bob Machado, o ato lembra a morte dos Auditores Fiscais do Trabalho Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e do motorista Aílton Pereira de Oliveira, todos servidores do Ministério do Trabalho, e da resiliência de suas viúvas Helba Soares, Genir Lage, Marinez Lina de Laia e Marlene Oliveira. “Elas demonstraram força durante este período, luta que simboliza nossas ações por justiça”.

Para Machado, a atuação do SINAIT continua a fim de garantir o cumprimento das penas. “Não vamos arrefecer nossas ações e lutas. Também vamos continuar agindo em prol da carreira e dos trabalhadores brasileiros”.

O ministro Luiz Marinho cumprimentou as viúvas, elogiou a persistência da categoria em busca da prisão dos culpados e disse “Justiça ainda que tardia, vale a pena”. “A violência é algo inaceitável. Podem contar neste caso e em qualquer caso de injustiça com o atual governo”.

A viúva de Eratóstenes, Marinez Lina de Laia, disse que, apesar da prisão, a dor profunda não passará. “O dia 28 de janeiro representa uma lembrança viva. Essas memórias não serão ‘toradas’ como citou o mandante ao autorizar a execução. Fica apenas a emoção e o sentimento de ter sido roubada, roubada do meu amor, do pai da minha filha, do meu amigo. Para esse roubo não há restituição”.

Para Marinez, a prisão de Norberto Mânica não representa o fim do processo. “Ele foi preso, mas a indignação continua. Agradeço ao SINAIT que nunca nos deixou sozinhas, nunca abandonou as viúvas da Chacina de Unaí”.   

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