Nesta terça-feira, 28 de janeiro, durante ato para lembrar os 21 anos da Chacina de Unaí, que traz em sua história, a morte dos Auditores Fiscais do Trabalho e do motorista, servidores do Ministério do Trabalho e Emprego, os delegados sindicais e autoridades enfatizaram a importância da resistência e da representatividade do Estado brasileiro. Além disso, destacaram as duas datas instituídas, no mesmo período, como o Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, em razão do caso. As exposições foram conduzidas pela diretora do SINAIT Rosângela Rassy. O evento ocorreu em frente ao Ministério do Trabalho e Emprego, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Para o diretor da entidade Valdiney Antônio de Arruda (MT), os 21 anos da Chacina, assim como os 500 anos do Brasil são simbólicos e trazem na história resistência e resiliência. “O ato ecoa como uma reflexão de muitas histórias de violência e precisa continuar como uma forma de alerta, como uma força de combate”.
O delegado sindical Wallace Pacheco (MS) refletiu que o ato tem relevância social. “Essa violência não pode ser jogada numa vala e esquecida. É uma memória. Aconteceu e pode voltar a acontecer, que a indignação nos impulsione sempre a sermos auditores melhores”.
O delegado sindical Valdemar Bandeira (AC) ponderou que o caso da Chacina exige uma reflexão profunda da categoria e da sociedade sobre o valor da vida que é inestimável. Citou ainda a luta do SINAIT por justiça. “O SINAIT lutou todos esses anos e sempre acreditou que a justiça seria feita”.
O diretor Pedro Paulo Martins (RJ) citou a iniciativa construída no Rio de Janeiro, como a criação da Medalha “Mártires de Unaí”. “A medalha é outorgada a pessoas que se destacaram na realização de serviços em prol da liberdade e do trabalho digno. O objetivo é o de divulgar o caso da Chacina para que não volte a acontecer”. Na ocasião, o diretor homenageou a ex-presidente do SINAIT Rosa Jorge ao recitar uma poesia em seu nome “Rosa”.
O diretor do SINAIT Sebastião Estevam recitou texto em que parodiou a música da cantora Mercedez Sosa, Todo Cambia, ao utilizar a palavra “tora”, que foi dita pelo mandante Antério Mânica aos executores, ordenando que fossem mortos todos os que estavam no veículo do Ministério do Trabalho, naquele dia 28 de janeiro de 2004, em uma encruzilhada, na zona rural de Unaí. Leia aqui o texto de Sebastião.
A Auditora Fiscal do Trabalho Viviane Forte, que representou a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), enfatizou que a SIT não admite nenhuma violência, ameaça ou intimidação. “Atuamos de imediato na defesa dos colegas em situação de risco. É um cuidado e uma prioridade a proteção do Auditor Fiscal do Trabalho”.