SINAIT divulga artigo que defende veto à Emenda 3


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
08/05/2009



Autor conclama todos que defendem os trabalhadores a se articularem,  a votação do  veto está prevista para o dia (13)


O SINAIT divulga abaixo o artigo do Jornalista, analista político e Diretor de Documentação do DIAP, Antônio Augusto de Queiroz, intitulado “Veto à Emenda 3 corre risco de ser rejeitado”, que conclama todos os que defendem os trabalhadores a se articularem em defesa da categoria.


De acordo com o autor, o texto da emenda aparentemente inofensivo é extremamente nocivo aos interesses dos trabalhadores, pois tenta descaracterizar vínculo empregatício entre o prestador e tomador de serviço de pessoa jurídica.


Confira abaixo a íntegra do artigo.


 


Agência DIAP


Veto à Emenda 3 corre risco de ser rejeitado


 Antônio Augusto de Queiroz*


O veto à Emenda 3, texto incluído pelo Senado e mantido pela Câmara no Projeto de Lei nº 6.272, de 2006 (PLC nº 20/06, no Senado Federal), que tratava da Super Receita  (atual Lei nº  11.457/2007), com o propósito de descaracterizar vínculo empregatício entre o prestador e tomador de serviço de pessoa jurídica, poderá ser votado na sessão do Congresso programada para o dia 13 de maio. 


 O texto, aparentemente inofensivo – “No exercício das atribuições da autoridade fiscal de que trata esta Lei, a desconsideração da pessoa, ato ou negócio jurídico que implique reconhecimento de relação de trabalho, com ou sem vínculo empregatício, deverá sempre ser precedida de decisão judicial” –  é extremamente nocivo aos interesses dos trabalhadores.


 O objetivo do texto vetado, ao retirar do Auditor Fiscal do Trabalho e transferir para Justiça do Trabalho a prerrogativa de desconstituir empresa jurídica criada só para burlar o vínculo empregatício, é permitir que qualquer trabalhador, independentemente de profissão regulamentada ou de formação, possa se transformar em pessoa jurídica, liberando o contratador das obrigações trabalhistas e previdenciárias.


 O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP) tem feito contato com os líderes partidários no sentido de evitar a inclusão do veto em pauta no próximo dia 13, diante do risco concreto de que possa ser rejeitado, mas essa decisão dependerá do presidente do Congresso, senador José Sarney, a quem os líderes têm feito apelos pela exclusão desse veto na lista a ser apreciada na sessão programada para apreciação dos vetos polêmicos.


Diante do risco de votação, e, mais do que isso, da ameaça de rejeição do veto, seria conveniente que as centrais sindicais, as confederações, federações e sindicatos mobilizassem suas bases no sentido de pedir a cada deputado e cada senador que vote “sim” pela manutenção do veto, vote “abstenção” ou não compareça à sessão, já que para  a rejeição de veto são necessários 257 votos “contrários” de deputados e 41 de senadores.


 A eventual derrubada do veto significará um retrocesso inominável nas relações de trabalho, já que as empresas irão contratar apenas “serviços” da pessoa jurídica e não empregados com carteira assinada. E pessoa jurídica, diferentemente do trabalhador contratado, não tem jornada definida, descanso semanal remunerado, FGTS, férias, 13º, enfim, direitos trabalhistas e previdenciários, entre outros direitos.


O tema é grave demais para não merecer uma articulação urgente de todos aqueles que defendem os trabalhadores.


 


           Jornalista, analista político e Diretor de Documentação do DIAP.


 

Categorias


Versão para impressão




Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.