Reflexo da crise: perdas no mercado de trabalho


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
19/01/2009



19-1-2009 - SINAIT


 


O Ministro Carlos Lupi, do Trabalho e Emprego, divulgou hoje, após reunião com o presidente Lula, que em dezembro de 2008 foram fechados quase 655 mil empregos com Carteira de Trabalho assinada. Este é um dos reflexos da crise financeira que abala o mundo desde outubro/2008.


Mesmo com o aumento das demissões em novembro e dezembro, o resultado geral do ano é o terceiro maior da série histórica desde 1999: o Brasil gerou 1,452 milhão de empregos em 2008. A Fiscalização do Trabalho contribui para a formação desta estatística, pois formaliza vínculos de trabalho diretamente nas ações fiscais.


A queda dos níveis de emprego é uma das piores conseqüências da crise, pois provoca efeitos em cadeia: diminuição da arrecadação do FGTS e da Previdência, diminuição do consumo e da produção. Segundo informações divulgadas na tarde desta segunda-feira, o Presidente da República está estudando com toda sua equipe ministerial outras medidas que estimulem o consumo e mantenham a indústria e o comércio em atividade, sem aumento de demissões de trabalhadores.


 


 


Veja matérias da Folha on line e do Ministério do Trabalho e Emprego sobre o assunto:


 


19-1-2009 - Folha on line


Emprego com carteira registra pior resultado em dez anos em dezembro


EDUARDO CUCOLO - da Folha Online, em Brasília


 


A piora na crise econômica levou o Brasil a registrar em dezembro do ano passado o pior resultado para o emprego com carteira assinada em dez anos. Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram fechados 654.946 postos de trabalho no mês passado, o pior resultado desde 1999, início da série histórica do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).


Desde então, o pior desempenho era o de dezembro de 2004, quando houve o fechamento de 352 mil vagas formais de trabalho. "Nós nunca perdemos tantos empregos como em dezembro e isso é o que provocou esse resultado", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.


No balanço do ano de 2008, foram criadas 1,452 milhão de vagas, resultado 10,2% abaixo do registrado em 2007. O número se refere à diferença entre as contratações e demissões realizadas no período.


O governo esperava que fossem abertos 2,1 milhões de novos postos de trabalho no ano passado, mas as demissões de novembro e dezembro vieram acima da média e prejudicaram o resultado do ano.


O resultado de 2008 foi o terceiro melhor da série histórica, atrás apenas de 2007 (1,617 milhão de vagas) e 2001 (1,523 milhão).


Considerando o número de contratações e demissões, o Caged registrou dois novos recordes. No ano passado foram contratados 16,659 milhões de trabalhadores, e dispensados 15,2 milhões.


Para o ano de 2009, o governo mantém a previsão de que serão criados 1,5 milhão de empregos formais, acima do anotado em 2008.


Na última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o levantamento oficial constataria uma média acima do comum de cerca de 600 mil dispensas em dezembro em todo o país. O número ultrapassa a média de 300 mil a 400 mil na série histórica do mês.


 


Setores


No mês de dezembro, a maior parte das demissões ficou concertada na indústria de transformação, que fechou 273 mil postos, praticamente o dobro do anotado no mesmo mês do ano passado. Outro setor afetado foi o de serviços, com 117 mil demissões, ante 41 mil em dezembro de 2007. Por Estado, São Paulo foi o que fechou mais vagas (275 mil) no mês.


No ano, a indústria de transformação contratou menos: 179 mil pessoas, ante 395 mil em 2007. Já o setor de serviços registrou pequeno crescimento, de 587 mil para 648 mil entre os anos. A construção civil, por sua vez, passou de 177 mil contratações para 198 mil., enquanto o comércio registrou desaceleração de 405 mil para 382 mil vagas.


Por região, São Paulo foi o que mais contratou no ano, onde foram criadas 525 mil vagas.


 


 


 


19-1-2009 - Ministério do Trabalho e Emprego


Brasil gera mais de 1,45 milhão de empregos em 2008 


Resultado é o terceiro maior da série histórica do Caged. Crise financeira internacional impactou a geração de postos em dezembro e governo estuda medidas com foco na criação de mais vagas


 


Brasília, 19/01/2009 - Foram gerados 1.452.204 empregos formais no ano de 2008, o que representou um crescimento de 5,01% no estoque de assalariados celetista em relação a dezembro de 2007. Mais pessoas desfrutando de benefícios como 13º salário, férias remuneradas, FGTS e acesso ao seguro-desemprego. Em termos absolutos, este foi o terceiro melhor resultado da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado esta segunda-feira (19) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Os recordes anteriores foram em 2007 (1.617.392 postos) e 2004 (1.523.276 postos). O desempenho mais modesto em 2008 reflete os efeitos negativos da crise financeira internacional sobre o mercado de trabalho, vislumbrados no mês de outubro e confirmados nos meses de novembro e dezembro. No último mês do ano, foram fechados 654.946 postos. O Brasil possui hoje em estoque 30.418.394 trabalhadores formais. 


"Um momento de crise não é momento de retirar direitos dos trabalhadores. Precisamos chegar a um acordo que não prejudique os trabalhadores. O Brasil, que pertence ao contexto globalizado, sofreu em dezembro com a crise. Já conversei com o presidente Lula sobre novas medidas que poderão ser adotadas para defender os trabalhadores. Todas as medidas a serem tomadas têm como foco na geração de emprego", destacou o ministro Lupi.


No mesmo período, os Estados Unidos fecharam cerca de 2,6 milhões de postos de trabalho; 1,1 milhão só em novembro e dezembro de 2008. A previsão do mercado é de menos 2 milhões de vagas para os americanos em 2009.


"Para 2009 mantenho a previsão de 1,5 milhão de novos empregos. Em janeiro e fevereiro teremos empregabilidade frágil, mas em março o mercado de trabalho voltará a crescer."


 


Setores de atividade econômica - Todos os setores apresentaram crescimento no nível de emprego em 2008. Em termos absolutos, Serviços, com o aumento  recorde de 648.259 postos de trabalho (+5,67%), liderou a geração de postos com carteira assinada no período. Em seguida vêm os setores do Comércio (+382.218 postos; +5,91%); da Construção Civil (+197.868 postos; +12,93%) - resultado recorde da série do período e a maior taxa de crescimento dentre todos os setores -; e da Indústria de Transformação (+178.675 postos ou +2,55%).  


O setor Agrícola, ao responder pela elevação de 1,22% ou acréscimo de 18.232 empregos, apresentou um comportamento mais modesto em relação aos demais setores mencionados. Contudo, tal desempenho sinaliza a manutenção  da trajetória de recuperação verificada em 2006 (+6.574 postos ou +0,45%), quando comparado ao mesmo período de 2005 (-12.878 postos ou -0,87%) e confirmada em 2007 (+21.093 postos ou +1,43%). 


O dinamismo do setor Serviços em 2008 pode ser atribuído à elevação em todos os seis segmentos que o integram, com destaque para os Serviços de Alojamentos, Alimentação, Reparação e Manutenção (+184.011 postos ou +4,43%) e Serviços Médicos Odontológicos (+77.619 postos ou +6,56%), que evidenciaram resultados recordes no período. Destacam-se também os Serviços de Comércio e de Administração de Imóveis (+237.829 postos  ou +8,18%), com a segunda maior geração de empregos na série do Caged para o período. 


No que se refere à Indústria de Transformação, observa-se que dos doze ramos industriais, nove revelaram elevação e os que mais se sobressaíram em termos de geração de empregos foram a Indústria de Produtos Alimentícios (+57.529 postos), a Indústria Metalúrgica (+31.879 postos), a Indústria Mecânica (+23.515 postos) e a Indústria Têxtil (+22.009 postos). Em contrapartida, a Indústria da Madeira e do Mobiliário (-12.857 postos), a Indústria de Calçados (-8.703 postos) e a Indústria da Borracha e Fumo (-2.899 postos) foram as que registraram perda de empregos em 2008.  Em relação ao mesmo período do ano anterior, todos os ramos da Indústria revelaram desempenho desfavorável, o que pode estar indicando que este setor foi o mais afetado pela crise financeira internacional. 

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