Servidores de Minas paralisam atividades e Associação apoia mobilização

Os Servidores Administrativos da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de Minas Gerais – SRTE/MG fazem desde a manhã desta terça-feira, 25 de agosto, uma paralisação de 24 horas, que está acontecendo em nível nacional, com adesão de 24 estados, segundo informação da Associação dos Servidores Administrativos da Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul – ASDERT, que concentra as notícias. Este é o segundo dia nacional de paralisação da categoria – o primeiro aconteceu no dia 27 de julho – e a avaliação é de que a mobilização está crescendo e ganhando força em todo o Brasil.

Mário Prado, do Comando Nacional de Mobilização, esclarece que a paralisação acontece por melhores condições de trabalho e atendimento ao público, pela aprovação do Plano de Carreira e, consequentemente, pela nova tabela remuneratória que poderá, aos poucos, tirar os servidores da “lanterna” do funcionalismo em termos de salários. Ele avalia que 90% dos servidores aderiram à mobilização e paralisaram totalmente as atividades internas e de atendimento aos trabalhadores na SRTE/MG, inclusive os servidores que foram nomeados este ano, aprovados em concurso público. As notícias sobre paralisação nas Gerências do interior do Estado ainda não estavam disponíveis.

Vários servidores que permanecem na porta da SRTE/MG comentaram que a categoria atingiu seu limite de tolerância. Em outras épocas, os servidores faziam de tudo para manter os serviços em funcionamento, com o mínimo de dignidade para os servidores e para o público que procura os serviços do Ministério do Trabalho e Emprego. Como exemplo, foi citado que no passado eles juntavam papel e cartuchos de tinta de impressoras vazios para vender e assim conseguir comprar os suprimentos para realizar o serviço. “Hoje ninguém está mais disposto a dar um jeitinho nas coisas”, diz uma servidora que prefere não se identificar, acrescentando que este tipo de comportamento contribuiu para que as cois as chegassem ao ponto crítico em que se encontram hoje, porque o governo espremia, mas eles continuaram trabalhando sem protestos.

Para manter o ânimo durante todo o dia foi organizado um café da manhã e trabalhadores de outras categorias passam por lá para prestar solidariedade ao movimento. As portas estão fechadas e somente os trabalhadores que marcaram homologação foram autorizados a entrar no prédio da SRTE/MG.

Apoio dos AFTs

Uma reivindicação particular dos servidores lotados em Belo Horizonte é a liberação de recursos para reforma do prédio da Faculdade de Economia, destinado a abrigar parte dos departamentos da SRTE/MG, em melhores condições de funcionamento, acessibilidade e conforto para o público e funcionários. Esta é também uma reivindicação dos AFTs, que serão imensamente beneficiados com a mudança.

O apoio dos Auditores Fiscais do Trabalho - AFTs, segundo Mário Prado, é fundamental nesta luta, pois sem a atividade administrativa bem estruturada será muito difícil manter a fiscalização em nível satisfatório. “O que há hoje é um sucateamento deliberado do Ministério do Trabalho e Emprego, porque nada funciona e falta de tudo. Não há manutenção preventiva e corretiva de equipamentos, os carros são precários, faltam computadores e todo tipo de material para o atendimento aos trabalhadores. Assim, tudo fica comprometido, inclusive a fiscalização”. O dirigente nacional afirma que está recebendo o apoio de vários AFTs e defende a criação de uma Associação Nacional, que con gregue todos os servidores do MTE, administrativos e AFTs.

Institucionalmente, a AAFIT/MG, segue orientação do SINAIT, em nível nacional, e apoia as reivindicações e a luta dos Servidores Administrativos, já tendo manifestado este posicionamento aos representantes da categoria em reuniões realizadas na sede da entidade em julho e agosto. Na ocasião da primeira paralisação, no final de julho, a presidente Maria do Socorro Brandão enviou ofício ao Superintendente Alysson Paixão manifestando o apoio ao movimento dos Servidores Administrativos, que lutam por causas justas e históricas (veja abaixo).

A Associação está colaborando com os Servidores Administrativos na realização de um diagnóstico da situação física da SRTE/MG e das Gerências e Postos do interior do Estado, para elaborar documento que será entregue a autoridades do governo federal, possivelmente em conjunto com as entidades que representam os AFTs, reforçando os pedidos de melhoria de condições de trabalho e aprovação do Plano de Carreira. Documento semelhante foi elaborado pelo SINAIT sobre todas as superintendências e entregue ao ministro Carlos Lupi em 2007. O Ministro já manifestou seu apoio público à causa dos servidores, e encaminhou a minuta do Plano de Carreira da categoria ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que, por enquanto, não deu andamento ao assunto.

O SINAIT, enfatiza a presidente Rosa Jorge, apoia integralmente as reivindicações dos Servidores Administrativos do MTE. Em diversas ocasiões o assunto da aprovação do Plano de Carreira específico foi levado a reuniões da entidade com o ministro Lupi e autoridades do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. "Ter um servidor valorizado é bom para todos", diz Rosa.