Sinait pede ao TRF1 e MPF a prisão dos mandantes da Chacina de Unaí


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
25/01/2017



O presidente do Sinait, Carlos Silva, e a vice-presidente Rosa Jorge foram recebidos na manhã desta quarta-feira, 25 de janeiro, pelo Desembargador Hilton Queiroz, presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1, em Brasília. O tema da audiência foi a Chacina de Unaí, mais especificamente a tramitação dos recursos dos mandantes do crime no Tribunal.


Também participaram da audiência as viúvas dos Auditores-Fiscais do Trabalho assassinados em 28 de janeiro de 2004 – Genir Lage, viúva de João Batista Soares Lage; Helba Soares, viúva de Nelson José da Silva; e Marinês Lina de Laia, viúva de Eratóstenes de Almeida Gonsalves. Ainda estiveram presentes o ex-Delegado Regional do Trabalho de Minas Gerais, Carlos Calazans, e dois procuradores do Ministério Público Federal que atualmente acompanham o caso, Elizabeth Kobayashi e Wellington Bonfim.


Hilton Queiroz mostrou conhecer bem o caso, que acompanha desde o início. Afirmou que não há demora na tramitação dos recursos. O longo tempo é decorrência dos vários recursos que são permitidos pela legislação, dos quais os advogados de defesa sempre se utilizam. Afirmou que, confirmadas as sentenças dos condenados – Antério Mânica, Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro –, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal – STF, eles poderão ser presos, mesmo apresentando recursos em outras instâncias.


Diante da fala das viúvas, que revelaram a angústia que perdura mesmo depois de 13 anos, Hilton Queiroz se mostrou sensível ao sofrimento das famílias e disse que o TRF1 cumprirá a lei. O relator dos recursos é o desembargador Cândido.


Carlos Silva e Rosa Jorge falaram do sentimento de revolta e angústia dos Auditores-Fiscais do Trabalho e das famílias com a impunidade dos mandantes e intermediários do crime. “Apesar de condenados, eles estão livres. Vivem em Unaí como se nada tivesse acontecido. No final do julgamento, em Belo Horizonte, eles foram comemorar em um jantar em restaurante de luxo. Eles desafiam a Justiça e a sociedade”, disse Rosa Jorge.


O presidente do Sinait afirmou que a categoria confia na Justiça, mas que a demora e a condição de liberdade dos mandantes configura, na prática, impunidade. Por isso, o pedido do Sinait e das famílias é que os condenados sejam, de fato, punidos, ou seja, que vão para a cadeia pagar pelos crimes que cometeram.


Os procuradores Elizabeth Kobayashi e Wellington Bonfim disseram que não há atraso na tramitação dos recursos. Informaram que no caso de Antério Mânica, as razões da defesa e as contrarrazões do MPF já foram apresentadas, estando o caso concluso para voto e decisão. O processo de José Alberto e Norberto Mânica está na fase de ouvir as partes e, assim que for feito, o MPF fará seu relatório. No caso de Hugo Pimenta, que foi beneficiado por ser delator no julgamento, o processo também está concluso para análise e decisão. Os condenados buscam anulação da sentença e um novo julgamento, desta vez em Unaí (MG).


Os procuradores disseram que o caso tem prioridade para o MPF e é acompanhado diariamente. Além de Kobayashi e Bonfim, a equipe que atua nos processos conta com o procurador Bruno Acioli. Nem os procuradores nem o desembargador Hilton Queiroz se arriscaram a definir prazos para a conclusão da análise dos recursos.


Não foi permitido fazer imagens na sala da audiência.

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