Por Solange Nunes, com informações da DS/Santos
Edição: Nilza Murari
Durante o IV Seminário Unificado sobre Segurança e Saúde do Trabalhador e Trabalhadora da Baixada Santista, os Auditores-Fiscais Lúcia Keiko Oukawa e Paulo Rogério Moreira, da Gerência Regional do Trabalho em Santos – GRT/Santos, disseram que 90% dos casos de acidentes têm relação com a política de gestão e cultura empresarial. O alerta foi dado em palestra no dia 27 de abril, no auditório do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista – SindiPetro, em Santos (SP). O evento integrou as atividades do Movimento Abril Verde, “Em memória às vítimas de acidentes e doenças do trabalho”.
De acordo com Paulo Rogério, chefe da GRT/Santos, o fator causal é o ponto central da análise realizada pela Gerência. “Observamos que os fatores causais são os mais relacionados a questões empresariais, como, por exemplo, a falta de atenção às situações de risco”. Ele declarou que os Auditores-Fiscais têm intensificado a cobrança. “Muitas empresas precisam agir com mais atenção sobre este tema”.
Paulo Rogério destacou ainda que a construção civil é o setor com mais incidência de acidentes fatais. “A questão das quedas é o maior fator de morte imediata observado”.
Acidente de trabalho
Lúcia Keiko Oukawa alertou sobre a importância da conscientização do trabalhador em relação à sua segurança. “Há casos em que o trabalhador não acredita no risco, mas ele existe. Quem já teve parente morto num acidente de trabalho sabe que acontece”.
Ela explicou como funciona o trabalho de fiscalização e investigação das causas de um acidente de trabalho. Contou que ocorrências com vítimas fatais não são raras. “Em casos de acidentes fatais a gente tem que conversar com os trabalhadores, com a empresa, checar o local do acidente, saber qual a atividade que a vítima exercia. Saber como a pessoa estava naquele dia. Toda informação é importante durante a investigação”.
Em casos de acidentes fatais a empresa deve avisar imediatamente ao Ministério do Trabalho. Mas nem sempre é isso que ocorre, provocando uma subnotificação. Outro fator fundamental para a análise é a preservação do local do acidente para investigação, que infelizmente nem sempre é conservado.
Lúcia Oukawa lembrou ainda de duas investigações das quais participou. Um caso de soterramento de um homem de 37 anos. Outro, morte por queda, de homem de 55 anos. A Auditora-Fiscal lembrou das famílias das vítimas. “A prevenção de acidente é importante. Boas ações contribuem para salvar vidas. É a única maneira de reduzir as mortes de trabalhadores”.