Walk Free Foundation publica índice global de escravidão moderna de 2018


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
20/07/2018



Por Solange Nunes, com informações da Folha de São Paulo


Edição: Nilza Murari


 


Walk Free Foundation publicou, no dia 19 de julho, o Índice Global de Escravidão moderna de 2018. O documento fala da escravidão contemporânea, tráfico de pessoas e desenvolve um parâmetro histórico deste problema pelo Brasil e no mundo.


De acordo com o documento, a escravidão moderna é um conceito que inclui pessoas que ficaram presas a um contratante por dívida contraída, ou mantidas como trabalhadores domésticos para “pagar” por um serviço, por exemplo. Entre os fatores que contribuem para o problema estão migração, conflitos, regimes repressivos e discriminação.


Cerca de 40,3 milhões de pessoas eram vítimas de algum tipo de escravidão moderna em 2016, segundo estimativa da Fundação e da Organização Internacional do Trabalho – OIT, em parceria com a Organização Internacional para as Migrações – OIM.


O Brasil, com estimativa de 369 mil pessoas submetidas ao trabalho escravo, é o 20º colocado em uma lista de 27 países nas Américas. O Brasil tinha 369 mil escravos contemporâneos em 2016, ou 1,8 a cada mil habitantes. A Walk Free ressalta, entretanto, que está entre os países que mais combatem o problema dentro do G20 – grupos das 19 economias mais desenvolvidas e a União Europeia.


A escravidão contemporânea no país é encontrada na confecção de roupas e acessórios, em fazendas de gado, na exploração de cana-de-açúcar e madeira, na construção civil.


No ranking geral, o Brasil recebe nota BB, a mesma de Canadá, Dinamarca e Finlândia. Isso significa que esses governos adotaram algum tipo de resposta contra a escravidão moderna que inclui apoio às vítimas, um arcabouço que criminaliza certas formas de escravidão moderna e outras medidas contra o problema.


A organização elogiou a iniciativa adotada no país desde 2005 para prevenir o trabalho escravo, com o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e a Lista Suja do trabalho escravo, criada em 2003.


Em outubro de 2017, porém, o país foi criticado por organismos internacionais após a Portaria 1.129/17 mudar a definição de trabalho escravo, os critérios de fiscalização e autuação e a forma de divulgação da Lista Suja. Em dezembro/2017, o governo teve que recuar diante da repercussão negativa — a OIT foi uma das organizações que criticaram as mudanças.


Além do Brasil, também estão atuando para combater a questão Austrália, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos.


Nas Américas, Estados Unidos – com 403 mil escravos modernos, Brasil e México, com 341 mil, são os que têm maior população absoluta, considerando que são os países com maior número de habitantes na região.


Quando o recorte é proporcional, a Venezuela lidera a lista, com 5,6 escravos modernos a cada mil habitantes – total de 174 mil, o mesmo do Haiti. A nota mais alta é da Holanda, a única a receber A. O pior país, com nota D, é a Coreia do Norte, onde a estimativa é que uma a cada dez pessoas viva em algum tipo de escravidão moderna, a maioria sendo forçada pelo Estado a trabalhar, segundo a Walk Free Foundation.


Segundo a análise, os países do G20 importam US$ 354 bilhões anualmente em produtos que podem ter em sua cadeia alguma forma de escravidão moderna.


Os cinco produtos mais identificados na indústria de escravidão moderna são laptops, computadores e telefones celulares, roupas e acessórios, peixes, cacau e madeira.


 


Acesse aqui o documento da Walk Free Foundation.


 

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