Janeiro Branco – O Mundo Pede Saúde Mental


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
12/01/2022



Estudos e pesquisa sobre os efeitos colaterais da pandemia da Covid-19 apontam que um dos mais importantes desafios para a atual humanidade é a promoção da saúde mental


Por Solange Nunes, com informações do site Janeiro Branco e Medicina S/A


Edição: Lourdes Marinho


O primeiro mês do ano traz para o debate o tema “Saúde Mental” que é desenvolvido por meio da Campanha Janeiro Branco. A proposta visa evidenciar para a sociedade, indivíduos, autoridades e instituições sociais, tudo o que diz respeito aos universos mentais, comportamentais e subjetivos dos seres humanos.


A Campanha Janeiro Branco foi criada em 2014, e agora em 2022 chega à sua 9ª edição. Neste ano, em função do período prolongado de pandemia, as crises sanitárias, sociais, políticas, ecológica e econômicas em escala global, evidenciam a necessidade da importância da saúde mental no mundo.


Em função desses fatores, é fundamental refletir sobre a criação de uma cultura da saúde mental em meio a todas as relações das quais os seres humanos participam.


Pandemia da Covid-19


Com a pandemia da Covid-19, antigas necessidades da saúde mental viraram ‘emergências medicas’. Estudos e pesquisa sobre os efeitos colaterais da pandemia da Covid-19 multiplicam-se em toda parte do mundo e suas conclusões revelam um dos mais importantes desafios para atual humanidade: cidadãos comuns, autoridades e instituições, sociais devem desenvolver estratégias públicas e privada para proteger, fortalecer e promover a saúde mental das pessoas.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia interrompeu serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países do mundo e, ao mesmo tempo, intensificou a procura por esses mesmos serviços. No Brasil, de acordo com uma pesquisa do Instituto FSB, 62% das brasileiras e 43% dos brasileiros afirmaram que a saúde emocional ‘piorou’ ou ‘piorou muito’ durante a pandemia.


Outro estudo, desenvolvido pelo Instituto Ipsos e encomendado pelo Fórum Econômico Mundial, concluiu que 53% dos brasileiros achavam que sua saúde mental “tinha piorado bastante no último ano”.


Em um recente estudo realizado pela Fiocruz e outras seis universidades nacionais, enquanto 40% da população brasileira apresentavam sentimentos frequentes de tristeza e de depressão, outros 50% da mesma população apresentavam frequentes sentimentos de ansiedade e de nervosismo.


Em relação às faixas etárias iniciais da vida, uma pesquisa conduzida pelo Unicef/Gallup mostrou que 22% dos adolescentes e jovens brasileiros de 15 a 24 anos se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em ‘fazer coisas’.


O SINAIT lembra que sintomas de depressão e ansiedade afetam milhares de trabalhadores brasileiros, especialmente os de serviços essenciais. “É um assunto que precisa ser discutido e a Campanha Janeiro Branco é uma forma de dar voz ao tema”, diz a diretora do SINAIT, Rosa Maria Campos Jorge.


Saúde mental é a preocupação que mais cresceu entre os brasileiros 


Desde o pico dos casos da Covid-19 no ano passado até hoje, com a vacinação em curso, a saúde mental é a preocupação que mais cresceu entre os brasileiros apesar da atenuação da pandemia: de 26% para 45%. Os aspectos mais afetados na vida das pessoas no último ano são, em primeiro e segundo lugar, a saúde mental e o trabalho, seguidos pelas relações de amizade, finanças e família. Os dados estão na mais nova pesquisa “Tendências do setor de bem-estar: o impacto da flexibilização da quarentena”, conduzida pela The Bakery, empresa global de inovação corporativa.


A coleta de dados foi realizada no período de 24 de agosto a 10 de setembro de 2021, por meio de pesquisa on-line e voluntária em todas as regiões do Brasil, com 512 pessoas de todas as idades e 97% dos respondentes tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. Trata-se do segundo estudo comparativo em relação à primeira versão de meados de 2020 intitulada “O que tem tirado o sono dos brasileiros”, que apontou que metade da população estava dormindo pior na quarentena, a tendência se mantém.


Uso da tecnologia na saúde mental


Além de mostrar a evolução das rotinas dos brasileiros, da qualidade do sono e das relações pessoais e de trabalho, o relatório traz ainda um mapeamento de 70 startups nacionais e internacionais divididas em oito categorias: bem-estar físico, bem-estar mental, qualidade do sono, vacina e diagnóstico em casa, alimentação saudável, cuidados de beleza, gamificação - estratégias de interação entre a marca e o público-alvo -,  e IoT - “Internet of Things” ou “A internet das coisas”.


No estudo, das 70 startups selecionadas, metade é voltada para o bem-estar e a saúde mental. São 37 brasileiras e 33 internacionais. Essas soluções se multiplicaram rapidamente e vêm se destacando nesse período de pandemia, o que reforça a centralidade que esses aspectos ganharam na vida das pessoas.


A consultoria possui uma ampla rede global de soluções, composta por milhares de empreendedores, mentores, professores, pesquisadores e investidores em mais de 30 países. Foi a partir desse conhecimento que chegou a uma seleção minuciosa e direcionada para o recorte temático da nova pesquisa. Entre as startups mapeadas, estão a brasileira Zenklub, aplicativo para apoio de psicólogos e terapia on-line sem sair de casa, e a norueguesa. No Isolation, que promete reduzir a solidão e o isolamento social por meio de uma tecnologia acolhedora de telepresença para adultos e crianças, como é o caso do robô AV1.


Principais sentimentos dos brasileiros e como driblam os problemas


Entre os resultados do novo estudo nota-se junto aos entrevistados que a sensação de ansiedade continua sendo a mais apontada.


Dos 110 respondentes que disseram utilizar uma ou mais tecnologias para lidar com o sono e a saúde mental, 60% têm entre 18 e 34 anos. A pesquisa revelou ainda que homens e mulheres utilizam essas tecnologias de formas distintas. Enquanto eles usam mais dispositivos para monitoramento do sono e controles de iluminação e sons no quarto, elas recorrem a aplicativos para consultas médicas e plataformas para novos estudos. Os pontos em comum são os aplicativos para meditar e as plataformas de videochamada para falar com amigos e família.


Metade dos pesquisados trabalha no modelo home office e está mais ansioso


O trabalho remoto ou home office é uma realidade para 54% dos respondentes, no ano passado eram 67%. É importante ressaltar que na edição anterior não havia a opção relacionada ao modelo híbrido de trabalho. Nesta pesquisa, ele já se torna uma realidade, com 16% dos respondentes adotando o formato.


Outro aspecto é o aumento significativo relacionado à ansiedade dos profissionais que estão trabalhando remotamente: de 42% para 52%. As pessoas que estão saindo para trabalhar estão menos ansiosas, 33%; e o mesmo vale para quem atua no modelo híbrido, 30%.


 

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